A indústria alimentícia anunciou que a crise de onze dias, criada pelos alimentos contaminados, já causou US$ 500 milhoes de perdas para os agricultores.
Os Estados Unidos suspenderam suas importaçoes de carne de porco e de aves da Uniao Européia, UE, e Cingapura proibiu as importaçoes de qualquer tipo de carne do grupo de 15 países europeus. Suíça e Coréia do Sul adotaram medidas semelhantes contra os produtos belgas.
A Comissao Executiva da UE está negociando com o governo belga e avaliando se uma lista com mais de mil agricultores (que engordaram seus animais com 80.000 quilos de alimentos contaminados com a cancerígena dioxina) é suficiente para liberar parte da indústria alimentícia da Bélgica. "A lista é definitiva", disse o primeiro-ministro Jean-Luc Dehaene. O governo espera que agora, graças a essa lista, seja mais fácil encontrar o restante dos alimentos contaminados.
O governo e os principais partidos da oposiçao também concordaram em instaurar uma comissao especial para investigar como a substância nociva dioxina apareceu tao facilmente nos alimentos dos belgas. A dioxina se origina na produçao de alguns pesticidas. O ministro da Saúde culpou pelo escândalo a falta de controle de qualidade dos alimentos usados pelos agricultores.
O escândalo também fez estragos na coalizao de centro-esquerda, à medida que se aproximam as eleiçoes de domingo. A indústria da agricultura é historicamente um feudo dos democrata-cristaos de Dehaene e os socialistas se mostraram escandalizados com a demora para resolver a crise. Os ministros da Saúde e Agricultura se demitiram na semana passada, depois de divulgado que souberam do problema por um mês e nao o tornaram público nem informaram a Dehaene.
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