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Márcio Goiano condiciona
sucesso ao fim das vaidades
Marco Borba
do Diário do Grande ABC
06/06/2011 | 07:58
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O técnico Márcio Goiano confessou que não esperava ter um início tão ruim no comando do São Caetano e disse que sabia que, ao aceitar o convite para tentar colocar o clube novamente na principal divisão do Campeonato Brasileiro, teria de administrar vaidades.

A declaração é referência indireta ao fato de o atacante Eduardo manifestar descontentamento por ter ido para a reserva nas duas primeiras partidas da Série B. Além dele, o zagueiro Anderson Marques também perdeu lugar no time.

Ex-atleta de equipes como Goiás e Sport, o treinador acredita que o Azulão poderia ter apresentado resultados melhores nas duas primeiras partidas - empatou fora com o Salgueiro, na estreia, e perdeu em casa para o Ituiutaba no Anacleto Campanella. "É uma equipe que atua junto há pelo menos um ano. Então, acredito que era para ter um entrosamento melhor", analisou o técnico antes do Azulão bater o Bragantino por 2 a 1.

Goiano diz não acreditar que os maus resultados tenham ocorrido porque sacou Eduardo e Anderson Marques do time. "No futebol existe o lado amigo, de um que prefere jogar com o outro, Infelizmente existe ciúme, vaidade. Mas procuro fazer o meu trabalho, que é devover o São Caetano à Série A". Leia entrevista a seguir.

 

Diário - Você disse que uma das razões para aceitar o convite do São Caetano era a proposta do acesso e a qualidade do elenco. Se essa equipe joga junta há mais de um ano, por que você acha que não começou bem a Série B?

Márcio Goiano - Fiquei desapontado porque temos aqui jogadores experientes, e acredito que podem render mais. Sendo assim, a curto prazo a gente tem de mudar em algumas posições para ver o que acontece. É o que estou fazendo. Acredito que com isso o time possa engrenar.

 

Diário - Você conquistou o acesso com o Figueirense no ano passado e disse que um dos ingredientes, além da qualidade, era o comprometimento, a raça dentro de campo. Esses dois últimos ingredientes é que estão faltando ao Azulão?

Márcio Goiano - Nesse início, nenhuma equipe ainda demonstrou força. O Sport foi bem, mas ainda não mostrou que é favorito. Talvez falte mesmo um pouco mais de entrega, para que a gente conquiste as vitórias e a confiança do torcedor.

 

Diário - A equipe também não teve um bom início no Campeonato Paulista. Fez poucos gols e só na reta final teve um desempenho razoável. Falta identidade a esse grupo, que às vezes tem dificuldades em casa diante de equipes menos expressivas?

Márcio Goiano - Tento tirar do time esse estigma. Digo que temos de fazer a diferença em casa. Não se pode aceitar fácil uma derrota em casa. Quero olhar no olho e ver que o cara realmente sentiu a derrota e que no próximo jogo dê uma resposta em campo.

 

Diário - As mudanças no time podem ter refletido nos resultados dos dois primeiros jogos?

Márcio Goiano - Fiz apenas duas mudanças, na zaga e no ataque. Quando se chega a um clube, no início se mexe pouco. Foi o que fiz. Agi mais administrativamente. Se tivesse chegado antes, talvez as mudanças já estivessem apresentando resultados positivos. A troca não foi drástica. As outras nove posições seguiram as mesmas.

Diário - Você acha que o fato de tirar do time atletas que eram titulares há algum tempo pode algo a ver com os resultados dos dois primeros jogos?

Márcio Goiano - Acredito que não. Mas no futebol existe o lado amigo, de um que gosta de jogar mais com o outro e não com aquele (jogador). Infelizmente existe ciúme, vaidade. A gente tem de saber administrar isso. Estou aqui para fazer meu trabalho, que é colocar o São Caetano de novo na Série A (do Brasileiro). Quando aceitei o convite para dirigir o time, sabia que o maior desafio seria administrar vaidades.

 

Diário - A torcida pegou no seu pé logo em seu primeiro jogo à frente do time em casa na derrota para o Ituiutaba. Aquilo te chateou?

Márcio Goiano - A torcida tem o direito de cobrar, mas acho estranho porque com 20 minutos de jogo já pediam o Eduardo. Somos um grupo e no primeiro tempo a equipe como um todo não foi bem. Tomamos o gol muito cedo e aquilo parece que atrapalhou um pouco, mas precisamos ter tranquilidade para sair dessas situações. Acredito que se o time estivesse bem, vencendo e empolgando a torcida, esse grito da minoria seria abafado. É importante a participação da torcida no apoio, ela ajuda a fazer a diferença nos jogos.




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