O juiz francês Jean-Louis Bruguière, especialista na luta contra o terrorismo, advertiu sobre a radicalização dos movimentos islâmicos, em uma entrevista ao jornal Le Figaro. "Nunca a radicalização foi tão importante. Está diretamente vinculada à situação no Iraque, o que modifica os contornos da ameaça", disse o juiz.

O fenômeno corresponde a uma "mutação das redes, com novos personagens muito mais jovens, inclusive às vezes menores de idade e, portanto, mais maleáveis".

"Alguns destes adolescentes da Jihad (guerra santa) têm um passado escolar ou religioso rudimentar, mas estão dispostos a imolar-se, incentivados por um emir circunstancial. O viveiro se torna cada vez mais instável", acrescentou. Segundo o juiz, "ao que parece o núcleo duro está constituído por 50 ou 100 pessoas, que têm uma trajetória terrorista confirmada".

"Em seguida, está o círculo dos radicais comprometidos que aporta apoio financeiro ou material à rede. Depois, o dos fundamentalistas vindicativos, certamente menos envolvidos, mas que podem mudar a qualquer momento", explicou. "Em termos de ameaça, uma etapa foi superada com os atentados suicidas de Londres. Porém, a ameaça química continua presente", concluiu.