O governador Anthony Garotinho criticou o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, que quer multar a Petrobras em R$ 50 milhoes pelos danos causados pelo vazamento de óleo. Nao foi o valor que irritou o governador, nem mesmo a multa em si, mas o fato de o governo federal multar a si próprio. ``Isso aqui nao é Maranhao, o carioca é mais esperto. Ele disse que vai multar a Petrobras. Parece brincadeira, mas é o governo federal querendo se multar', ironizou.

O governador, que este sábado sobrevoou a área atingida em companhia do secretário estadual do Meio Ambiente, André Corrêa, determinou ao secretário que peça auxílio à Petrobras para cercar toda a extensao da Ponte Rio-Niterói para evitar que o óleo atinja as praias da Zona Sul do Rio.

Garotinho sobrevoou toda a extensao da Baía de Guanabara afetada pelo vazamento de óleo e ficou indignado com a situaçao de destruiçao das praias e manguezais. ``Isso é uma guerra. É muito triste. Muito desagradável ver toda a Baía de Guanabara destruída por esse acidente terrível', disse o governador.

O secretário André Corrêa ficou também encarregado de notificar 49 indústrias que funcionam às margens da Baía de Guanabara. ``Todas vao ter que pagar pela despoluiçao da Baía de Guanabara', afirmou o governador. Amanha, logo nas primeiras horas do dia, Garotinho se encontrará com o presidente da Petrobras, Henri Reichstul.

O secretário de Energia, Industria Naval e Petróleo, Wagner Victer, anunciou junto com o governador, que na próxima terça-feira, os dois irao a Brasília, onde encontrarao o presidente Fernando Henrique Cardoso, para a assinatura da carta de intençao que dará início à construçao do Pólo Gás-Químico do Rio, em Duque de Caxias. De acordo com Victer, o projeto ``será a maior obra petroquímica já realizada no mundo'.

Garotinho se referiu ao Pólo como ``redençao para a Baixada Fluminense' e completou: ``como o assunto é gás, que nao polui, nao corremos o risco de um acidente como o da Reduc', afirmou. Outra novidade anunciada pelo governador foi a instalaçao, até o fim desse ano, em Piraí (Sul Fluminense), da fábrica de computadores Microstar, que irá gerar 1.500 empregos diretos na regiao.