Nem o Internacional, embalado pela inédita conquista da Copa Libertadores sobre o São Paulo nem o empate diante do Juventude em casa (1 a 1), quinta-feira, atrapalham os planos do técnico Tite de manter o Palmeiras na caminhada rumo aos primeiros lugares. Para isso, o time vai ao Beira-Rio, às 18h10 (Sportv), pegar o dono da América pela 18ª rodada do Brasileiro.

“Para nós, não muda nada se o Inter vai escalar ou não os titulares, até porque, dos 16 jogos que eles fizeram no Campeonato Brasileiro, oito jogaram com um time misto e, mesmo assim, estão onde estão no pelotão de frente (terceiro colocado com 29 pontos e um jogo a menos que o Santos, vice-líder com 31). É a importância de um grupo forte”, diz Tite. O Palmeiras não teme a equipe de Abel Braga, que promete escalar o que tem de melhor.

“Antes do jogo, eu vou dar um abraço nele (Abel). Mas, no campo, vou para dentro deles”, comenta o treinador do Verdão. O Animal Edmundo concorda com o comandante e acredita que o fato de o adversário ter conquistado a Libertadores não fará com que os jogadores do Inter entrem mais relaxados. “Conheço bem o Abel. Eles vão querer ganhar o Campeonato Brasileiro também”, diz o meia. “Contra o Inter, com titulares ou não, o grau de dificuldade sempre será grande. O Beira-Rio vai estar entupido, o Inter em festa. Mas nós estamos num grande momento”, completa Tite.

Para continuar a escalada na classificação, o Palmeiras quer aproveitar o fato de jogar um clássico nacional para ganhar ainda mais motivação e se manter invicto desde que o Brasileirão recomeçou após a Copa do Mundo – em sete partidas, cinco vitórias – uma delas por 1 a 0 sobre o arqui-rival Corinthians – e dois empates. “Aqui no Palmeiras existe uma vontade muito grande de crescer na tabela, de enfrentar adversidades. Vamos enfrentar o campeão da Libertadores, é uma grande oportunidade de a equipe se afirmar. Mais do que carimbar a faixa do Inter”, afirma o treinador palmeirense.

Tite considera esta partida fundamental e diz que pode ser o trampolim para o Palmeiras conseguir aquela gordurinha para, enfim, fugir da zona do inferno, como diz o técnico. “Eu preciso ficar seis pontos do primeiro que está na zona do rebaixamento. Mas teremos dificuldades porque não é por acaso que o Inter foi campeão e está na colocação que está no Brasileiro”, relembra Tite. O treinador cita Clemer, goleiro adversário, como um exemplo da força do Inter. “Cito ele porque, em 2003, ele era o goleiro quando nós, pelo São Caetano, goleamos por 5 a 0 o Inter e nos classificamos para a Libertadores. Mesmo assim, eles continuaram e hoje são campeões. Isso mostra a força do trabalho”, explica.

Apesar do empate com o Juventude, Tite mantém o otimismo. Até porque superou a meta traçada desde que assumiu o comando da equipe com a incumbência de fugir da zona da degola. “Agora vamos medir forças com o campeão da Libertadores, vamos medir o grau de formação da nossa equipe”, conclui Tite.