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Chávez alerta que se os EUA matá-lo o preço do petróleo vai subir
Da AFP
09/03/2005 | 20:02
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou, em Paris, as acusações segundo as quais os Estados Unidos preparam um complô para assassiná-lo, mas assegurou que, se isso acontecer, o preço do barril de petróleo superará os US$ 100.

"Se os Estados Unidos conseguirem seu objetivo, os trabalhadores venezuelanos não enviarão uma gota sequer de petróleo para aquele país. Um movimento popular se desatará e o preço do barril de petróleo superará os US$ 100", declarou Chávez da capital francesa, onde se encontra de visita.

O presidente assegurou que o governo americano, principalmente depois da reeleição de George W. Bush, aumentou os ataques contra ele. "Não posso dizer tudo que sei, mas quando acusamos o governo de Bush de planejar uma tentativa de 'magnicídio' (assassinato de uma pessoa ilustre) é porque estamos seguros do que dizemos".

Segundo Chávez, o governo americano se lançou contra a Venezuela "sem clemência" há mais de três anos pelo fato de seu governo ter colocado em andamento "de forma democrática um projeto distinto".

"A Venezuela decidiu ser livre depois de ficar dominada durante cem anos por causa de seu petróleo. As ruas de Nova York e Washington estão asfaltadas com petróleo venezuelano e seus carros se movem com nossa gasolina", assegurou.

Ameaça - Hugo Chávez ameaçou, no dia 20 de fevereiro, suspender as exportações petroleiras da Venezuela para os Estados Unidos se fosse consumado um atentado contra sua pessoa, responsabilizando o presidente George W. Bush pela elaboração do mesmo.

"Se eu for assassinado o grande culpado nesse planeta se chama George W. Bush", denunciou o governante venezuelano. "Se pela mão do Diabo esses planos perversos tiverem êxito, esqueça o petróleo venezuelano, senhor Bush", ameaçou.

Chávez disse estar convencido de que Washington "esboça a tese do magnicídio" ante o avanço de seu projeto de governo de "revolução bolivariana" na Venezuela e América Latina.

"Fidel Castro já o disse há alguns dias (quando advertiu que os Estados Unidos poderão arquitetar o assassinato de Chávez). Agora sou eu que estou dizendo. Nem Fidel Castro, nem eu falamos besteiras. Se acontecer algo comigo, responsabilizo o presidente dos Estados Unidos da América", insistiu. "Não vou me esconder. Vou andar pelas ruas como vocês. Ando já encomendado a Deus, pois sei que estou condenado à morte". "Cada segundo que transcorre em minha vida estarei em batalha e seja o que Deus quiser", concluiu.

Uma semana antes, Fidel Castro havia comentado que se Chávez for assassinado, a responsabillidade deverá cair sobre George W. Bush. "Quem diz isso é alguém que sobreviveu a centenas de planos (de assassinato) do império", acrescentou Chávez.

'Ridículas' - A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chamou nesta quarta-feira de "ridículas" as reiteradas acusações do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de que os Estados Unidos preparam um complô para assassiná-lo.

"É ridículo. É uma acusação totalmente ridícula", garantiu a chefe da diplomacia americana em uma entrevista ao canal hispânico Univisión. "A única preocupação que temos é que a Venezuela seja governada democraticamente", frisou.

"Como foi eleito, (Chávez) deveria governar democraticamente e não deveria interferir nos assuntos de seus vizinhos", completou.

Freqüentemente, Chávez e a administração do presidente George W. Bush trocam duras acusações. Em janeiro, Rice apresentou Chávez como "a força negativa da região". 




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