O ministro saudita do Petróleo, Ali ben Ibrahim al-Nuaimi, anunciou na segunda-feira uma possível alta da produçao saudita de 0,5 milhao de barris por dia (bpd) para tranqüilizar, no seu entender, o mercado.

``A declaraçao saudita é um balao sonda para ver as reaçoes de todos os demais países da Opep e os efeitos no mercado de petróleo', estimou Fadhel al-Jalabi, diretor do Centre for Global Energy Studies (CGES), em Londres.

``É igualmente uma mensagem para a Opep, no sentido de que o último aumento da produçao do cartel em Viena nao foi suficiente', declarou jalabi, entrevistado pela rede via satélite do Qatar, al-Jazira.

``Nao acredito que Ryad vá assumir uma decisao unilateral', adiantou, contudo.

A Opep decidiu no dia 21 de junho aumentar a partir de 1 de julho sua oferta em 700 mil bpd, o que eleva o total de sua produçao a 25,4 milhoes de barris por dia.

Esse aumento nao fez baixar contudo os preços, que continuaram até segunda-feira evoluindo acima dos US$ 30 o barril.

Mas o anúncio saudita teve um efeito imediato no mercado. Em Londres, o preço do petróleo Brent continuava cedendo, situando-se abaixo dos US$ 29 por barril, em comparaçao com os US$ 31,10 da segunda-feira no fechamento.

Os operadores esperam a reaçao do mercado de Nova York, que permaneceu fechado segunda-feira e ontem devido ao feriado nacional norte-americano.

No Kuwait, cuja economia nao se recuperou ainda totalmente dos efeitos da invasao iraquiana em 1990, o ministro do Petróleo, Saud Nasser al-Sabah, se apressou a pedir garantias a seu colega saudita no sentido de que qualquer aumento deve passar antes pela Opep.

O Iraque, cujas relaçoes sao muito tensas com Riad, denunciou vivamente a medida saudita, que, no seu entender, ``faz parte de uma série de complôs perigosos dirigidos pelos Estados Unidos``contra a Opep.

Mas os Emirados Arabes Unidos apoiaram implicitamente a medida de Riad e expressaram sua disposiçao de acompanhar-lhe os passos, mas com a condiçao de um acerto com o restante dos membros da Opep.