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Israel e Palestina chegam a acordo sobre retirada
Do Diário do Grande ABC
04/01/2000 | 14:54
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Israelense e os palestinos chegaram a um acordo nesta terça-feira, sobre uma retirada militar israelense de 5% da Cisjordânia, pondo fim a uma estagnaçao de sete semanas.

No entanto, nenhuma concessao foi feita a Palestina com relaçao ao último acordo estabelecido. Ao ser entrevistado pela rádio para saber se foram obtidas mudanças nos mapas elaborados em novembro pelo governo israelense, Erakat respondeu: ``Nao, os 5% serao os mesmos'.

O presidente palestino Yasser Arafat nao quis assinar os mapas em novembro, argumentando que as zonas que Israel escolheu para transferir unilateralmente à Autoridade Palestina estavam muito pouco povoadas e separadas dos outros territórios já sob seu controle.

Os israelenses responderam que a escolha das zonas era uma prerrogativa de Israel e que estes mapas deviam ser adotados ou entao abandonados.

A retirada deve ser feita até quinta-feira, quando se celebra o feriado muçulmano Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramada, o mês sagrado para os seguidores do islamismo. Os negociadores também se comprometeram com outra retirada militar, de 6,1% da Cisjordânia, marcada para 20 de janeiro.

As negociaçoes haviam ficado paralisadas devido a uma discussao sobre se Israel teria o direito exclusivo de decidir as regioes das quais deve se retirar ou se os palestinos poderiam influir na questao.

O negociador palestino Saeb Erekat e seu interlocutor israelense, Oded Eran, reuniram-se por duas horas, mas nao divulgaram como a disputa foi resolvida. Erekat disse que as duas partes traçarao os mapas da retirada nesta noite e que esta se dará nas próximas 48h.

Ele ressaltou, porém, que o caminho para o entendimento foi preparado na semana passada, em uma reuniao entre o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense, Ehud Barak. Eran disse que o acordo obtido nesta terça é 'satisfatório para ambas as partes``.

As retiradas sao parte de um acordo de paz interino firmado em setembro, que estipula três recuos militares israelenses. Israel cumpriu o cronograma estabelecido ao desalojar 7% do território em setembro, deixando-o em maos do governo civil palestino, mas permanecendo com o controle militar.

Mas, quando Israel se propunha a ceder outros 5% do território, 2% sob controle palestino pleno e 3% sob controle compartilhado, os palestinos se recusaram, alegando que as áreas em questao eram pouco habitadas e nao uniam as zonas sob controle palestino.

A disputa agravou-se até se tornar um ponto de honra, com os palestinos queixando-se porque nao tinham voz na elaboraçao dos mapas de retirada. Israel insistia que tinha direito exclusivo a decidir que terras iria ceder.

Uma vez firmado este acordo interino, provavelmente melhorarao as perspectivas para um tratado de paz definitivo. Israel e os palestinos têm até 13 de fevereiro, prazo estabelecido por ambas as partes, para chegar a um acordo marco para um pacto final, embora até agora tenham obtido poucos avanços nesse sentido.




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