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Padrinho é executado em frente a igreja
Adriana Lopes
Da Redaçao
13/06/1999 | 18:57
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Vários estampidos, sangue e um corpo crivado de balas. Essa foi a desagradável surpresa pela qual passaram os fiéis que foram assistir à missa das 8h da igreja Sao José, neste domingo, a maior do bairro Baeta Neves, em Sao Bernardo.

Eram pouco mais de 8h30 quando o vigilante Valmir de Oliveira, 25 anos, chegou à igreja onde, após a missa, batizaria uma criança. Oliveira estacionou o carro, caminhou portao adentro e, a cerca de 2 m da porta principal da igreja, foi executado a balas.

Segundo o BO 5.919, registrado no 1º DP de Sao Bernardo, os assassinos - ninguém soube dizer quantos - se aproximaram do portao da igreja e abriram fogo contra Oliveira, fugindo depois sem ser identificados. Cerca de 12 tiros foram disparados e vários deles atingiram a vítima, que caiu ainda com vida.

Se o barulho assustou quem estava dentro da igreja, o choque foi ainda maior quando as pessoas correram para fora e se depararam com a vítima baleada. A equipe do Resgate do Corpo de Bombeiros foi acionada, mas quando chegou ao local do atentado já encontrou Oliveira morto.

A marca da violência ficou estampada no acesso principal da igreja Sao José. Sete projéteis de uma pistola automática calibre 9 mm ficaram encravados na parede da igreja, e nove cápsulas deflagradas foram encontradas pela PM no chao.

Depois da execuçao no pátio da igreja Sao José, o clima nos arredores da rua Jacinto Tognato era tenso. A cerimônia de batizado foi cancelada. "É um absurdo nao ter tranqüilidade dentro de uma igreja na hora de rezar", desabafou uma fiel.

Apesar de ninguém se atrever a dizer que viu o crime, uma idéia era comum entre os moradores: Oliveira tinha sido vítima de uma vingança. "O assassino veio e fez o que tinha de fazer. Foi tudo planejado, e o alvo era o rapaz", afirmou um dos vizinhos que preferiu nao se identificar.

Uma outra testemunha afirmou que o vigilante - morador do Jardim Oriental, em Santo André - era conhecido no bairro Baeta Neves como justiceiro. "Todo mundo aqui sabia quem ele era. Esteve envolvido com uma turma que queria acabar com o tráfico de drogas local... Mas ele acabou fazendo amizade com quem nao devia."

Essa testemunha acrescentou que, após a execuçao de Oliveira, o comentário no bairro era de que a morte dele estaria relacionada com o assassinato de um traficante do bairro conhecido como Japa.

A polícia nao confirmou a hipótese de a morte de Oliveira estar relacionada com grupos de traficantes. Por enquanto, nao há suspeitos do assassinato e foi instaurado inquérito para investigar o caso.




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