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Políticos do Grande ABC se omitem
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
26/08/2006 | 19:51
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A crise que a Volkswagen do Brasil atravessa parece não preocupar muito os políticos do Grande ABC. Até mesmo o maior líder sindical da região e presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que após o anúncio do possível fechamento da unidade da via Anchieta, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Falta ainda uma intervenção local e políticas públicas eficientes a fim de impedir a saída da unidade da região.

Apenas o ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho teceu críticas à montadora. Ele afirmou que diante da ameaça de encerramento das atividades da fábrica, o BNDES deve cancelar o empréstimo de R$ 497 milhões, autorizado à Volks em abril deste ano. No entanto, ele só aumentou o tom um dia após encontro mantido na casa do Ministro do Desenvolvimento, Luis Fernando Furlan, com Lula e o presidente da Volks, entre outros empresários ligados às montadoras.

O ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos e deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT), o Vicentinho, aponta algumas soluções. “Deveriam-se criar novamente as Câmaras Setoriais nos moldes de 1991”, diz. No entanto, sua única ação no Congresso Nacional foi apresentar um projeto de lei – que não foi votado – que proíbe a compra de carros importados por órgãos do governo federal, estaduais e municipais. “Isso aumentaria a produção nacional em 10% e acabaria com a crise”, acredita.

O governador do Estado Cláudio Lembo (PFL) também não se pronunciou, assim como o prefeito William Dib (PSB). Procurado inúmeras vezes pelo Diário, Dib respondeu apenas por meio de nota que o sindicato deve ter lucidez ao negociar com a Volkswagen para que haja permanência da fábrica em São Bernardo.

Vale ressaltar que o ex-prefeito Maurício Soares (PSB) teve uma iniciativa diferente do prefeito atual e não se arrepende. Ele manifestou apoio aos trabalhadores em 1991, com uma publicação em jornal, em nome da prefeitura. A iniciativa foi motivo de processo e hoje ele corre o risco de ter de devolver o valor da publicação aos cofres públicos, cerca de R$ 300 mil. Mesmo assim, afirma que foi ato de solidariedade.




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