D+ Titulo
Sentimentos
Especial para o Diário*
12/09/2010 | 07:16
Compartilhar notícia


Depressão. Era o que me abatia. O motivo? Ele. Por ter me deixado sem uma razão aparente. Mas ninguém percebia. Eu disfarçava. Ou pelo menos tentava. Fazia tudo de modo automático: ia para o colégio, voltava, raramente saía e dormia. Quando conseguia... Era tudo feito com um semblante harmonioso em meu rosto. Falso.

Entretanto, apesar de me esforçar para me mostrar alegre, tinha vezes que eu ficava com o olhar vago e triste. Amigos percebiam e tentavam me animar. Mas nunca tiveram sucesso. Ele havia dito que me amava... Então, por que me deixou? Era uma pergunta para a qual eu não tinha resposta.

Certo dia, antes de sair, uma de minhas amigas me ligou pedindo para eu chegar ao colégio o mais rápido possível. Havia uma novidade que com certeza me animaria. Fui andando. Gostava de caminhar. Desta forma, conseguia não pensar.

Assim que entrei no colégio o vi. Alto, pele levemente morena, cabelos negros e olhos castanhos esverdeados. Pensei que era minha imaginação. Continuei meu caminho. Senti um olhar em minhas costas. Mas não podia ser. Ele fazia parte da minha imaginação.

Minha amiga me olhava de modo incrédulo. "Você não o viu?", eu quis saber. "Quem?", eu não estava entendendo. Sem responder, ela apontou. Virei-me e o vi caminhando em nossa direção. Era real? Não podia acreditar.

"Ele voltou", minha amiga disse e deixou-me sozinha. Meu coração batia freneticamente. Seria verdade ou apenas sonho? "Desculpe-me" foi a primeira coisa que disse quando me alcançou. Lágrimas invadiram meus olhos. Eu não queria que ele as visse. Virei de costas e comecei a andar. Porém, não fui longe. "Perdoe-me por deixá-la. Eu não queria, mais precisei", ele disse segurando-me pelos braços muito próximo a mim.

Eu nada disse. Apenas me alegrava por ele estar me tocando novamente. "Eu precisei viajar", começou a explicar. "Minha família estava com problemas, tive de ajudar. Posso provar com quem estive, se for preciso." Eu neguei com a cabeça. Não precisava. Ele sorriu levemente. Eu adorava seu sorriso. Tocando suavemente meu rosto ele se inclinou.

"Não", eu disse abaixando a cabeça, "Não me ama mais? Você me deixou." "Sinto muito por isso. Ainda te amo. Muito. E sempre vou te amar." "Você me machucou. E por mais que sua volta me alegre não tenho garantias de que você não vai embora de novo.""Não vou embora. Como faço para me redimir?" Era visível a dor em seus olhos.

Mas ele fizera pior comigo. Entretanto, eu não faria o mesmo que ele. Eu não iria embora. "Você é inteligente. Vai pensar em algo", respondi e depois sussurrei em seu ouvido rapidamente: "Mas pense logo. Fiquei muito tempo sem você."

Dando-lhe um rápido beijo no rosto afastei-me para ir à aula, deixando-o sozinho. É real, pensei. Ele realmente voltou. Eu podia me deixar ter esperanças. E o melhor de tudo é que ele ainda me amava.

*Música clássica e rock são minhas preferências musicais.Tenho sempre algum livro comigo, pois adoro ler. Quero ser escritora. Esta é uma de minhas paixões e, há aproximadamente um ano, estou produzindo meu primeiro livro.
Naila Barboni Palú, 14 anos, de Santo André




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;