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Rejane trabalhou durante dois anos e meio no almoxarifado do Hospital Benedito Montenegro. Segundo ela, o emprego foi conseguido por intermédio do vereador, acusado de controlar o módulo 3. Em depoimento à polícia, ela afirmou que os funcionários recebiam cartas para trabalhar nas campanhas políticas do vereador, tanto para a Câmara Municipal como para o Senado, no ano passado.
"Como tínhamos sido indicados por ele, tínhamos um certo compromisso para atuar na campanha", disse Rejane, que ia para o escritório político após o expediente no PAS. "Como meu horário era meio flexível, dava para compatibilizar as duas atividades", afirmou a ex-funcionária, que teria sido demitida pelo fato de seu trabalho ter sido considerado insuficiente.
"No escritório éramos orientados do que deveríamos fazer na campanha", disse Rejane, que trabalhou em duas campanhas de Hato, uma delas antes de trabalhar no PAS. A outra foi em 1996. "Na do Senado, no ano passado, eu nao trabalhei", disse. O trabalho político, segundo Rejane, nao era remunerado.
No depoimento, Rejane disse ainda que os funcionários eram chamados para ir à Câmara Municipal apoiar projetos do vereador, como o que ordena o fechamento de bares e restaurantes da cidade à 1 hora. O projeto foi aprovado, em primeira votaçao, no ano passado. Caso a pessoa nao pudesse ir, disse Rejane, deveria mandar um representante. Em uma das ocasioes, teria sido passada uma lista de presença entre o grupo de "apoio".
"O depoimento mostra que ninguém está sendo investigado de forma gratuita", disse o delegado Wagner Giudice, que conduz o inquérito que investiga o módulo 3 do PAS. Segundo ele, praticamente todos os depoimentos citam a possível influência do vereador Hato no módulo. A polícia investiga a possibilidade do parlamentar ter indicado empresas fornecedoras para o PAS. "Os fornecedores negam a indicaçao política, mas nao sabem dizer como começaram o fornecimento". Disse Giudice.
Atualmente, o delegado também investiga o módulo 12 do PAS (Jabaquara). Há suspeita de superfaturamento nas despesas e cobrança de propinas de fornecedores.
O vereador Hato nega as acusaçoes. "Depois que fui acusado de controlar o PAS, todos que sao demitidos dizem que foi por culpa minha", disse Hato. O parlamentar disse que jamais convocou alguém para fazer "claques" na Câmara. "Basta ver se os serviços no módulo foram paralisados nos dias de votaçao dos meus projetos", justificou.
Nesta segunda, o delegado Itagiba Franco ouviu um funcionário da Companhia de Processamento de Dados do Município (Prodam), suspeito de ser fantasma. Claudio Ferreira Couto é contratado pela empresa desde 1993 e recebe cerca de R$ 5 mil por mês. No depoimento, Couto disse que foi contratado pela Prodam, mas foi transferido para a Empresa Municipal de Urbanizaçao (Emurb), onde ficou até fevereiro. Atualmente, ele trabalha na Secretaria Municipal do Abastecimento (Semab). "O estranho é que ele só tem registros de comprovaçao no trabalho a partir do momento em que ele foi para a Semab", disse o delegado Franco.
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