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Moradores de favela acusam PM de matar menino no RJ
06/12/2008 | 09:40
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Embora a Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não tenha sido procurada por nenhuma testemunha do assassinato de Matheus Rodrigues Carvalho, 8 anos, morto na última quinta-feira com um tiro de fuzil, moradores da Favela Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, Zona Norte, disseram, no enterro, ter presenciado o crime.

"Meu marido varria a calçada e viu dois policiais agachados em posição de tiro. Fizeram um disparo. Eu estava na parte de cima e desci. Vimos o PM passar chorando e dizendo ‘matei uma criança'", relatou a autônoma Alcione Eustáquio, de 56 anos. Ela assegurou que vai depor.

A Polícia Civil não encontrou indícios de que houve troca de tiros na viela onde o menino foi morto, o que contradiz a versão apresentada pela PM (Polícia Militar), de que o menino foi vítima de bala perdida durante um tiroteio entre traficantes rivais.

"Não havia marcas de outros disparos ou cápsulas deflagradas e há indícios de que a outra marca de tiro na porta foi feita pela mesma bala que atingiu a cabeça do menino", afirmou o delegado-titular da 21ª Delegacia de Polícia, Carlos Eduardo Pereira Almeida. Ele disse, porém, que "nenhuma versão está descartada" e "é cedo" para acusar a PM.

O delegado fez um apelo para que as testemunhas compareçam à delegacia. "Até agora ninguém prestou depoimento dizendo que viu os policiais atirarem. Podem telefonar, mandar carta ou comparecer. Qualquer informação sustentável será apurada." Ele vai aguardar o exame de balística nos quatro fuzis e quatro pistolas apreendidos dos policiais que estavam na favela - e também o laudo da perícia no local do crime, que deve ser entregue em até 30 dias. "O laudo vai dizer se houve tiroteio e de onde partiu o tiro.

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que, "caso haja qualquer indício de disparo nas armas, os policiais serão punidos e vão responder administrativamente e criminalmente".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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