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'Me ajudem a mandar Bush de volta ao Texas', diz Kerry
Da AFP
06/02/2004 | 21:09
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"Me ajudem a mandar Bush de volta ao Texas!", clamou nesta sexta-feira no Michigan o senador John Kerry, que assume cada vez mais o papel de favorito democrata para reconquistar a Casa Branca.

Na cidade de Warren, Kerry tinha apenas um adversário: o presidente republicano George W. Bush, para quem desejou a mesma sorte que a do seu pai, não reeleito em 1992: "um mandato, e basta!".

Durante seu discurso de 45 minutos, Kerry não mencionou seus cinco outros rivais na corrida à investidura democrata, como se esta etapa já estivesse vencida, apesar de 41 Estados ainda não terem se pronunciado.

Mas, para seus cerca de 2.000 partidários ostentando cartazes "Kerry presidente", não resta mais qualquer dúvida: John Kerry será o candidato democrata que enfrentará Bush em 2 de novembro. "Francamente, quem pode duvidar disso?", perguntou Barbara Tinsley, da grande cidade vizinha de Detroit.

Esta segurança foi compartilhada por Dick Gephardt que, três semanas depois de ter se retirado da batalha democrata, anunciou seu apoio ao senador de Massachusetts. "John Kerry é a melhor opção para derrotar Bush, devido a sua coragem, sua experiência, e seus ideais", afirmou o democrata, provocando aplausos. Também estavam presentes os pesos pesados do Estado do Michigan: sua popular governadora e seus dois senadores.

Neste Estado industrial que organizará seu caucus neste sábado, John Kerry conta com 52% das intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa, superando facilmente seus principais adversários Howard Dean (9%), John Edwards (8%) e Wesley Clark (3%).

Depois de "um café-da-manhã de oração" numa igreja batista de Detroit, Kerry apareceu descontraído em Warren, apesar de uma agenda "de folia", segundo um de seus assessores. Superando todos os presentes com seu 1,90 metro de altura, Kerry se posicionou na extremidade do palco, como quem não quer impor sua estatura esportiva.

Atrás, cerca de 30 bombeiros ocultavam parte da inevitável bandeira americana. "John Kerry sempre nos defendeu, ao contrário de Bush, que apenas fez muitas promessas", explicou o representante sindical dos bombeiros, Tim Blade.

Durante seu discurso, Kerry mencionou os números do desemprego publicados na manhã desta sexta-feira. "Um total de 11.000 empregos na indústria foram novamente suprimidos no mês passado. Se existe uma pessoa que merece ser demitida é George Bush", esbravejou.

Kerry também denunciou o "cinismo" da atual administração, que abandonou "os verdadeiros americanos", os que "têm de trabalhar duro, de assumir dois ou três empregos para sustentarem suas famílias". "O acesso à saúde não deve ser um privilégio, mas um direito", acrescentou, referindo-se ao câncer da próstata pelo qual foi hospitalizado no ano passado.

O senador de Massachusetts se mostrou ainda mais crítico com relação à política externa de Bush, "a mais arrogante e inepta da história". "Temos de entender que os Estados Unidos, apesar de sua força, precisam de aliados e de amigos no mundo", explicou, prometendo: "nas primeiras semanas após minha eleição, voltarei às Nações Unidas".




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