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Palocci: acordo com FMI foi fechado com base no crescimento
Do Diário OnLine
06/11/2003 | 11:12
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, avaliou positivamente, nesta quinta-feira, os termos do acordo fechado entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo, Palocci destacou que o pacote de ajuda financeira foi, "pela primeira vez, construído baseado em crescimento".

O novo acordo, segundo disse Palocci na quarta-feira, foi renovado por mais um ano e terá caráter preventivo, ou seja, o dinheiro só será sacado em eventuais crises externas. O pacote será de US$ 14 bilhões — deste montante, US$ 8 bilhões são referentes à última parcela do atual acordo, que não será sacada.

“O mais importante é que nós, pela primeira vez, temos um acordo que não tem pela frente uma crise econômica”, disse o ministro, citando em seguida uma série de indicadores que comprovam tal panorama, como a retomada da atividade industrial e os índices de inflação.

Para ele, é fundamental, entretanto, lembrar que o Brasil está se preparando para se desligar da instituição. "Saímos de um acordo de US$ 30 bilhões para um de transição. Não pretendemos sacar o dinheiro', reafirmou.

Ao ser indagado se o fechamento de um ‘negócio’ com o FMI não contradiz o que sempre foi defendido pelo Partido dos Trabalhadors (PT), ao qual pertence, Palocci justificou que a postura do Fundo mudou. “Muitas vezes o PT foi crítico ao formato dos planos apresentados a alguns países. Por isso propomos que o FMI valorize a autoridade das equipes locais para administrar suas economias. O Fundo tem que compreender as necessidades de cada país, e isso ocorreu com o Brasil”, afirmou o ministro.

Segundo Palocci, a equipe do FMI concordou que o programa desse novo acordo será baseado nos programas prioritários do governo brasileiro. Ficou acertado que o dinheiro economizado este ano acima da meta de superávit primário (fixada em 4,25% do PIB) será investido em saneamento. "Nos parece que a área de saneamento deveria ser a área prioritária, já que ela gera empregos, leva benefícios para as comunidades. É uma interferência muito positiva na vida das pessoas".

No sentido do que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta, Palocci afirmou que a assinatura do pacote só deve ser feita em dezembro, quando a diretoria do Fundo vai apreciar a proposta do governo brasileiro. "Mas a equipe se pronunciou favorável à proposta. Isso mostra uma visão muito otimista de que o acordo deve ser aprovado", disse.




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