A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde afirmou que os funcionários serão colocados em disponibilidade para ser aproveitados em outros setores. Mas a transferência dos técnicos tem gerado críticas do Sindicato dos Servidores. “Eles prestaram concurso para ser técnicos e não têm disposição de fazer outra coisa”, afirmou a diretora do Sindicato Silvana Gomes. Enquanto não são remanejados, os funcionários estão recebendo para ficar em casa.

O Sindicato ainda alega que, ao mudar de função, os técnicos em radiologia também sofrerão prejuízos financeiros, pois deixarão de receber o adicional salarial de 35% por insalubridade e periculosidade e também perderão as férias semestrais. Segundo Silvana, ainda há uma dúvida se eles poderão manter a carga de 24 horas semanais pelas quais foram contratados.

A diretora do Sindicato afirmou que ainda tenta um acordo com a Prefeitura para tentar evitar a transferência dos 32 funcionários. “Se não chegarmos a um consenso, só cabe uma coisa, que é procurar ações jurídicas. Na quarta-feira, vamos ter reunião como os técnicos para ver o que faremos”, disse. Silvana afirmou que os tipos de ações a ser tomadas ainda terão de ser discutidas com o departamento jurídico do Sindicato.

Durante a semana, os funcionários afastados de suas funções foram até a Câmara solicitar auxílio do vereador Ricardo Alvarez (PT) para tentar resolver o problema. Alvarez criticou a transferência dos técnicos e avaliou como estranho o afastamento dos funcionários. “Acho que isso é desvio de função, porque entraram no concurso para essa função e não para trabalhar em outra área. É, no mínimo, esquisito tirar o funcionário do seu lugar e contratar uma empresa terceirizada para fazer o mesmo serviço”, afirmou.

O impasse entre os técnicos de radiologia e a Prefeitura acontece desde 27 de maio, quando foi assinado o contrato com a empresa Fernandes Diagnósticos. Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde, a vantagem do novo serviço é o aumento da qualidade e da diversidade de exames que podem ser feitos.

A capacidade do serviço também teve um crescimento. A partir de agora, poderão ser realizados até 37,5 mil exames por mês, contra os 11 mil que era o limite anterior. A assessoria afirmou que os equipamentos e a manutenção são de responsabilidade da empresa contratada e que desde o início dos novos serviços não houve problemas com quebra dos aparelhos. O Sindicato afirma, no entanto, que os equipamentos atualmente em operação são da Prefeitura. “Tenho certeza que são da Prefeitura. Se não fossem, o que fariam com os nossos? Deixariam parados?”, questionou a diretora do Sindicato. A assessoria da Secretaria de Saúde não soube informar o que foi feito com os equipamentos.