As exportações de aço para os Estados Unidos vão cair entre 10% e 15% com as sobretaxas criadas pelo governo norte-americano sobre a importação do produto e seus derivados, segundo o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral. O ministro afirmou que o governo brasileiro considera a cobrança do imposto lamentável e condena a medida porque ela não respeita as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC).

O ministro lembrou que as vendas de aço brasileiro representam uma parcela pequena das importações norte-americanas e que não houve nos últimos anos 'qualquer surto' de exportação ou práticas de "dumping' que justificassem a criação das barreiras.

Amaral também disse que as salvaguardas dos Estados Unidos afetam diferentemente as vendas de aço semi-acabado e aço acabado.

O presidente da Companhia Siderúrgica de Tubarão e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia , José Armando Campos, afirmou a decisão dos Estados Unidos de cobrar taxas entre 8 e 30% sobre a importação de aço, por três anos, irá limitar a possibilidade de crescimento a curto prazo.

O Brasil não é uma das nações mais prejudicadas, já que a maior parte do aço que o país exporta é semi-acabado. Neste caso, os EUA prevêem que o Brasil poderá exportar volume semelhante ao de 2001, sem o pagamento da tarifa. O Brasil fornece 40% do aço semi-acabado que entra no mercado norte-americano.

O objetivo da cobrança dos EUA é dificultar a entrada de produtos estrangeiros e estimular a indústria nacional. No último ano, o Brasil exportou US$ 664 milhões em aço só para o mercado norte-americano.

O Itamaraty, que está analisando as perdas para o mercado brasileiro, irá divulgar ainda nesta quarta-feira uma nota oficial sobre o caso. Antes do anúncio oficial da cobrança, José Alfredo Graça Lima disse que taxação inviabilizaria a criação da Alca.

A União Européia, uma das principais prejudicadas pela medida dos EUA, já afirmou que entrará com uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC).