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Criação de novas vagas em escolas é desafio em Sto.André
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
11/02/2001 | 19:56
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A pedagoga Cleusa Rodrigues Repulho, 39 anos, assumiu a Secretaria de Educação em Santo André na última quarta-feira pensando em diminuir a falta de vagas no setor por meio de parcerias com a iniciativa privada e entidades não-governamentais. Hoje, na fila de espera estão 4 mil crianças com até 6 anos.

DIÁRIO – Como a sra. encontrou a Secretaria?

CLEUSA RODRIGUES REPULHO – Ainda estamos mapeando todas as necessidades e prioridades.

DIÁRIO – Quais são os seus planos?

CLEUSA – Fazer parcerias com a iniciativa privada e entidades não-governamentais, além de estreitar a relação com o governo do Estado. Vamos continuar investindo na qualidade do ensino e na formação dos professores e buscar alternativas de atendimento.

DIÁRIO – Como pretende solucionar o problema da falta de vagas na cidade?

CLEUSA – A gente sabe da demanda. Mesmo com o aumento de vagas no mandato passado, ainda existe uma fila nas creches. Houve crescimento, mas ainda não corresponde àquilo que é necessário. Então, a gente vai estar focando esforços para conseguir atender mais crianças.

DIÁRIO – Qual é o tamanho da rede de ensino?

CLEUSA – Hoje, em termos de creches municipais temos 19 unidades que atendem 4.150 crianças. As creches conveniadas, que vocês chamam subvencionadas, são 14 e atendem 1.857. Temos as Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental que totalizam 43 unidades atendendo 11,5 mil crianças. Temos o supletivo Seja (Serviço de Educação de Jovens e Adultos) com 110 classes envolvendo 4 mil alunos e o Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos) que tem também 110 classes para atender 4 mil alunos.

DIÁRIO – A sra. sabe quantas vagas são necessárias para atender a demanda?

CLEUSA – A fila de espera pode não corresponder à realidade de crianças aguardando. Os inscritos giram em torno de 4 mil crianças com até 6 anos. Nas escolas municipais não temos fila. Nós estamos conseguindo atender a demanda. Depois, tem as escolas estaduais que ajudam de 5ª a 8ªsérie.

DIÁRIO – Então, o maior problema refere-se ao atendimento às crianças com até 6 anos.

CLEUSA – Sim, o que é na verdade um reflexo nacional. Todas as prefeituras nos 5 mil municípios no país têm uma demanda reprimida muito grande, porque houve incentivo para que toda criança entre na escola a partir dos sete anos. O governo federal intensificou muito e agora temos uma demanda maior, já que o município é responsável pela educação infantil.

DIÁRIO – E o que é possível para solucionar o problema?

CLEUSA – Primeiro buscar alternativas. Na gestão passada, procurou-se aumentar o atendimento dentro do espaço já existente, utilizando-o com qualificação. Foi feito concurso para novos professores. Um dado que a gente acaba cruzando é que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que estão nascendo menos crianças. Então, com a progressão e o aumento no número de atendimento, isso tende a minimizar um pouco este impacto, mas leva tempo.

DIÁRIO – Neste primeiro ano é possível diminuir esta fila de espera?

CLEUSA – Olha, é minha intenção encontrar ainda este ano uma alternativa de atendimento, mas não dá para falar ainda em termos de número, porque depende de Orçamento e de parcerias.

DIÁRIO – O que a sra. acha do Fundão?

CLEUSA – Ele foi importante e fundamental para resgatar um pouco a organização e otimização de recursos. Enfim, é claro que existem ajustes que precisam ser feitos e o governo vem fazendo.

DIÁRIO – Onde a sra. trabalhava antes de aceitar o convite para assumir a Secretaria de Educação?

CLEUSA – Venho da Fundação ORSA, uma fundação empresarial do ramo de papel e celulose. Lá, eu era coordenadora executiva e respondia pelo investimento social da empresa e por um projeto que atendia crianças e adolescentes em situação de risco. A fundação atendia, em média, 20 mil crianças por mês nas áreas de educação, saúde, promoção social. Sou pedagoga pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). Fiz mestrado na área de educação pela Universidade Mackenzie e fui professora universitária na Unifec, em São Caetano, na Universidade Santo Amaro e também na UniCastelo.

DIÁRIO – Como surgiu o convite para ser secretária?

CLEUSA – O convite para assumir a pasta de Educação partiu do prefeito. Temos uma amiga em comum e foi por intermédio dela que Celso acabou me chamando.




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