Entre 11 mil pessoas, segundo a polícia, e 35 mil, de acordo com os organizadores, protestaram neste sábado em Paris contra o projeto de lei que endurece as condições de ingresso e residência dos imigrantes na França, defendida pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy.
A votação do texto está prevista para a quarta-feira na Assembléia Nacional, antes de ser examinada no Senado, nos dias 6 e 7 de junho.
"Não à Lei Sarko (como Sarkozy é apelidado popularmente) de imigração seletiva", dizia uma faixa carregada pelos manifestantes.
Várias figuras da esquerda e da extrema-esquerda francesa lideraram a marcha, organizada pelo movimento Unidos contra a Imigração seletiva, que reúne mais de 460 associações.
O senador socialista Jean-Luc Melenchon atacou a lei que para ele "se baseia em tudo o que há de pior e mais vil, que estimula a xenofobia, e que não reduzirá o número de imigrantes, aumentando em milhares a quantidade de clandestinos".
O projeto de lei para uma "imigração seletiva" restringe as condições para o matrimônio entre cidadãos franceses e imigrantes e acaba com a regularização automática dos imigrantes que vivem há mais de dez anos na França, além de endurecer as medidas de repressão nas fronteiras.
A esquerda se opõe em particular ao visto de residência baseado em "competências e talentos", por considerá-lo "contrário aos direitos humanos" e que levará à "pilhagem das elites" dos países em desenvolvimento.