Com o novo filme, o cineasta dá continuidade ao processo de canalização do ego de líderes do socialismo. Em Moloch, melhor roteiro em Cannes em 1999, o foco era um fim de semana na vida de Adolf Hitler. Agora, os derradeiros momentos de Lênin dão o tom da trama de Tauro.
E as semelhanças não ficam nisso. O ator Leonid Mozgovoi, que encarnou Hitler no drama de 1999, tem o nome igualmente estampado nos créditos de Tauro ao interpretar um dos cabeças da revolução russa de 1917. Sokurov reforçou sua despretensão em realizar um filme histórico em entrevista concedida ao jornal russo Izvestia ao afirmar: “Esforçamo-nos para não fazer um documentário”.
O título da nova produção remete ao signo zodiacal de Lênin, cujo nome real é Vladimir Ilich Ulianov. Nascido em 1870, o socialista morreu em 1924 e é justamente sobre seus últimos dias que se centra a narrativa do filme de Sokurov. “Sempre tive pena de Lênin, que sofreu verdadeiramente e foi seu próprio carrasco”, completa o cineasta.
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