A PF (Polícia Federal) informou que boa parte do dinheiro apreendido na compra do dossiê contra políticos do PSDB é provavelmente irregular. A informação foi divulgada nesta segunda-feira por quatro membros da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas que estão em Cuiabá, no Mato Grosso, para acompanhar as investigações.

Os integrantes da CPMI disseram que a notícia foi transmitida pelo delegado da PF Diógenes Curado. Segundo ele, o fato de o dinheiro ter vindo de várias fontes irregulares dificultará a identificação de sua origem.

“É um valor muito grande de dinheiro em notas pequenas, o que pode indicar algumas fontes específicas, que lidam com grande montante de dinheiro, como casas lotéricas, casas de bingo ou pontos de jogo do bicho", disse o deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE).

A CPMI quer uma cópia do inquérito e de todos os anexos das investigações da PF e da Justiça Federal sobre a tentativa de compra de dossiê contra políticos tucanos. Os quatro membros da comissão fizeram o pedido ao juiz Jefferson Schneider.

Entre os anexos, encontra-se todo o material apreendido pela PF junto ao tio do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que negociou os documentos com petistas. Entre os documentos apreendidos, a CPMI quer analisar principalmente os extratos bancários encontrados na casa do dono da Planam, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, após a prisão do ex-assessor da campanha de Lula Gedimar Passos e o ex-filiado ao PT Valdebran Padilha, acusados de tentar comprar o dossiê para o partido.

Além de Santiago, também participaram da reunião os sub-relatores deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Vanessa Graziotin (PCdoB-AM).