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Israel terá debate histórico sobre a retirada de colonos
Do Diário OnLine
Com AFP
25/10/2004 | 10:59
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O parlamento israelense começa nesta segunda-feira um debate histórico para decidir sobre o que pode vir a ser a primeira retirada de colonos dos territórios palestinos em 37 anos de ocupação.

"Peço aos membros do Likud (partido do governo) para se unirem como um só homem ao primeiro-ministro Ariel Sharon, para aprovar o plano de retirada da Faixa de Gaza, como deseja a maioria dos israelenses, a maioria da Knesset (parlamento israelense) e a maioria do Likud", declarou à rádio pública Ehud Olmert, o número dois do gabinete do premiê.

O plano de Sharon prevê a retirada israelense da Faixa de Gaza até setembro de 2005, o desmantelamento das colônias judias da região e de outras quatro na Cisjordânia, bem como a retirada de seus 8 mil habitantes.

Segundo o jornal 'Maariv', o plano pode obter o apoio de 65 deputados, num total de 120, enquanto 46 devem votar contra. Além disso, dois legisladores não devem comparecer e outros sete estão indecisos. Os cinco deputados da Lista Unificada da Torá estão entre os que ainda não decidiram como votarão. Entre os opositores, 17 deputados são do Likud, 11 do partido ultra-ortodoxo Shass, seis da União Nacional de Extrema-Direita, seis do Partido Nacional Religioso (PNR, representante dos colonos) e seis de duas formações árabes.

Questionado pela rádio, o deputado do Likud David Levy ressaltou o que ele qualifica como um paradoxo: "Olmert está afastado da realidade porque ignora que apenas 22 deputados, entre os 70 da maioria da direita, respaldam a retirada."

O Likud rejeitou categoricamente o plano de Sharon, que é contrário a seu enfoque ideológico tradicional sobre a necessidade de colonizar os territórios ocupados desde junho de 1967, considerados como parte integral de "Eretz Israel" (as fronteiras do país segundo a bíblia).

Nesse ambiente de efervescência, a polícia reforçou seu dispositivo de segurança para impedir qualquer choque nas manifestações previstas para as jornadas do debate. O governo israelense adotou no domingo um projeto de lei de indenização dos colonos israelenses que seriam retirados em virtude do plano de separação dos palestinos. No entanto, cinco ministros do Likud votaram contra esse texto e Sharon lhes advertiu que seriam destituídos se agissem da mesma maneira no parlamento, em virtude do princípio de solidariedade ministerial. Nesse contexto, Sharon pode ser obrigado a ampliar sua coligação governamental, especialmente para aprovar a lei orçamentária de 2005, ou convocará eleições antecipadas. A legislatura atual termina em novembro de 2006.




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