Cerca de 30 mil soldados da 4ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos, um grupo de elite do Exército americano, partem para o Kuwait ainda neste final de semana. Os 100 mil restantes serão mobilizados e vão ao Golfo Pérsico em abril. Junto com as tropas seguem veículos e materiais pesados de guerra.
Entre as unidades que receberam ordens de mobilização estão a 1ª Divisão Blindada, com sede na Alemanha, a 1ª Divisão de Cavalaria, no Texas, e o 2º e 3º Regimentos de Cavalaria.
O anúncio de novas mobilizações foi feito no momento em que muitos especialistas criticam a falta de unidades pesadas para o combate no Iraque.
Numa conferência para o Senado americano, o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, negou que o Pentágono tenha mudado de planos subitamente por causa das diversas dificuldades (climáticas, estratégicas e logísticas) encontradas pelos aliados em solo iraquiano. "É um bom plano (de guerra) e foi desenhado de modo que as forças continuem a fluir (para o Iraque) por um período prolongado", afirmou, numa coletiva de imprensa. "Todos os dias, o número de forças da coalizão no Iraque aumenta em um, dois ou três mil pessoas, e continuará a ser assim. E nós temos uma grande quantidade de forças a caminho", acrescentou.
O Pentágono confirmou nesta quinta-feira, segundo a rede americana de TV CNN, que a estratégia de guerra não vai mudar. Fontes oficiais americanas citadas pela agência de notícias Reuters confirmaram que o reforço das tropas não é novidade, mas parte de um plano de guerra longamente desenvolvido. O general da Força Aérea Richard Myers, chefe do Estado-Maior Conjunto, chamou a estratégia norte-americana de "um plano brilhante" e disse que as tropas aliadas estão "na porta de Bagdá".
Cemitério - O ministro da Informação do Iraque, Mohammed Saeed al-Sahaf, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista à rede árabe de TV Al Jazeera, que Bagdá será um "cemitério" para as forças aliadas. Ele disse ainda que o invasores serão derrotados "mesmo se trouxerem o dobro de tropas americanas".
Mas a coalizão anglo-americana está enfrentado muitos problemas antes mesmo de chegar a Bagdá e travar o decisivo confronto com a Guarda Republicana – a elite do Exército de Saddam Hussein. Analistas militares ouvidos pela agência Reuters disseram que os estrategistas americanos erraram ao projetar a invasão por terra com tropas leves de infantaria, em número reduzido e carregando pouco suprimento de munição.
Apesar de a investida aliada pelo sul estar "às portas de Bagdá ", a resistência iraquiana vem tendo sucesso em sabotar os comboios de suprimentos (especialmente alimentos, água e combustível) das tropas. O reforço que chegará ao Iraque nos próximos dias terá como tarefa preponderante garantir a segurança e a viabilidade das rotas conquistadas pelos anglo-americanos.
Com agências
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