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Deputados lançam livro da CPI rejeitada pela 'bancada da bola'
Wagner Belmonte e
Lílian Dias
Especial para o Diário
01/12/2001 | 01:06
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A CPI da Câmara dos Deputados sobre os bastidores da relação CBF-Nike tinha tudo para acabar numa grande 'pizza', mas tomou outro rumo: será eternizada num livro-documento de 258 páginas que detalha como é administrado o futebol brasileiro, a relação do esporte com o poder e as falcatruas dos mais importantes mandatários da CBF e das federações. A obra, de autoria dos deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Silvio Torres (PSDB-SP), respectivamente presidente e relator da CPI encerrada em junho, estará nas livrarias de todo o País, a partir de segunda-feira.

A CPI entrou em campo depois de árdua batalha, sofreu represálias por parte dos próprios integrantes da equipe – a chamada “bancada da bola”–, foi pressionada até por Pelé, que mudou de time com a bola rolando, mas conseguiu fazer barulho. Foram 19 meses de resistência para que a CPI fosse instalada e mais oito meses de investigações que resultaram num relatório de mais de 700 páginas sobre o submundo do futebol. Após essa maratona, parlamentares comprometidos com a CBF e “cartolas” rebelaram-se e tentaram votar um relatório “remendado”, no qual seriam retirados os pedidos de indiciamento.

Para que o relatório da bancada da bola não fosse aprovado – se isso ocorresse a CPI cairia no ridículo –, o presidente da comissão encerrou os trabalhos. Rebello e Torres iniciaram, a partir daí, uma marcha pela moralização do esporte. Os deputados levaram o relatório à Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público, à Receita Federal e à Polícia Federal.

O livro CBF-Nike, da Editora Casa Amarela, custa R$ 26 e é um prato cheio para quem estiver interessado em conhecer profundamente os bastidores, as contradições e a deterioração do futebol brasileiro.




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