Nas três cidades ainda foram registrados diversos pontos de alagamento, quase 100 quedas de árvores, rompimento da fiação do sistema elétrico e complicações no trânsito, sobretudo nos bairros centrais e nas rodovias Anchieta e Imigrantes. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a chuva não deixou vítimas.

Santo André foi a cidade que mais sofreu. O forte temporal causou grandes transtornos e assustou os moradores, já que o forte vento provocou a queda de cerca de 70 árvores em diversos pontos do município. Sustos à parte, na rua Ana Neri, no Parque Novo Oratório, uma grande quantidade de granizo se acumulou em vários trechos da via, formando pequenos blocos de gelo, de até 30 cm de altura, e serviu de diversão para as crianças. O granizo podia ser visto também em algumas garagens, onde o gelo acumulado chegava a 50 cm de altura. “Durante a chuva, a rua ficou inteiramente branca”, disse Arlete de Fátima Andrulis, 35 anos.

Ainda no Parque Novo Oratório, na avenida Araucária, os cabos de energia foram rompidos com a queda de uma árvore. O trânsito teve de ser interditado e a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. A chuva também derrubou um telhado inteiro da casa do comerciante Pedro Rodrigues, 46 anos, na avenida.

Na rua Oslo, na Vila Metalúrgica, a chuva arrancou uma árvore pela raiz e derrubou galhos que ficaram espalhados pela via, impedindo o tráfego de veículos. “Eu nunca vi uma chuva como essa. Eu estava de joelhos, rezando para que ela parasse”, contou a dona de casa Margarida de Souza, 73 anos. Segundo ela, a chuva fez com que a tampa da caixa d’água de uma vizinha voasse sobre as casas, espatifando-se na rua.

Já na avenida Martim Francisco, na Vila Lucinda, o tronco de uma árvore foi arrancado por um raio e teve de ser rebocado com a ajuda de um guincho.

A chuva causou mais transtornos na rua Praga, na Vila Metalúrgica, onde derrubou um muro de cerca de 9 m e abriu um buraco de 3 m sobre uma galeria de águas pluviais, além de arrancar quatro tampas de bocas-de-lobo. No local, a chuva também fez ceder um trecho do asfalto, onde surgiu uma pequena fenda de cerca de 20 cm. “Está tudo oco por baixo, a chuva levou o solo”, disse o morador Moacir Aparecido Bocatto, 46 anos.

No Parque Jaçatuba, uma árvore caiu sobre um Uno Mille azul que estava estacionado na rua Igapira, provocando danos no veículo.

A região central de Santo André também foi castigada. Na avenida Queiroz dos Santos e na rua General Glicério a água chegou a 50 cm de altura, arrastou carros e obrigou os comerciantes a fechar as comportas para evitar a entrada da água.

Em São Bernardo, os bairros mais atingidos foram Rudge Ramos e Parque Anchieta, que tiveram várias ruas alagadas, como a avenida Kennedy, o que obrigou os comerciantes a fechar as portas. Os cabos de energia elétrica da via foram rompidos por quedas de árvores, as três faixas de rolamento inundadas e os semáforos desligados. No Km 20 da via Anchieta, sentido capital, um Escort se desgovernou e entrou no canteiro central da pista, sem vítimas. Durante a chuva, a Ecovias operou os pedágios das rodovias Imigrantes e Anchieta em sistema de comboio de 500 veículos.

Já em São Caetano, os maiores transtornos foram causados pelo vento forte, que provocou a queda do telhado da área de playground na Emi (Escola Municipal Infantil) Fernando Pessoa, no bairro Barcelona, mas ninguém ficou ferido.

São Paulo – A Prefeitura de São Paulo decretou estado de atenção em toda a cidade, das 14h35 às 17h10 por causa da chuva, que provocou a queda de duas casas nos bairros de Sapopemba e Vila Dalila, na zona Leste. Não houve vítimas. Além disso, caíram 53 árvores e oito outdoors em toda a cidade, enquanto várias regiões da capital ficaram sem energia elétrica.