Enquanto o mundo concentra suas atenções no avanço das tropas americanas para Bagdá a partir do Sul do Iraque, forças especiais dos Estados Unidos se afirmam discretamente no Oeste iraquiano. Os jornalistas, com forte presença no Sul, estão à margem do prosseguimento das operações no Oeste do Iraque, e os chefes militares mostram-se pouco inclinados a explicar as operações que acontecem naquela região.

O Comando Central americano revelou, no entanto, que forças especiais atacaram na noite de sexta-feira uma base do comando iraquiano no Oeste do país, em local não divulgado. "Trata-se de um quartel-general de comando e controle de tropas iraquianas que tentavam, principalmente, manter o controle do Oeste do país", disse o general Stanley McChrystal, membro do Estado-Maior conjunto americano.

Durante a operação, 50 iraquianos foram feitos prisioneiros e se apreendeu munição, máscaras de gás e equipamentos de rádio, além de documentos que podem contribuir para uma eventual localização de armas de destruição em massa, indicou uma autoridade do Pentágono, que pediu para não ser identificada.

Pouco povoado, o deserto do Oeste iraquiano é considerado um alvo fundamental desde o início da guerra, em parte porque o Iraque usou a região para lançar mísseis Scud contra Israel e Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo, em 1991.

"De certo modo, impedimos que o regime de Saddam Hussein use o Oeste iraquiano, o que fizemos com muito poucos homens, apoiados pela Força Aérea e pelos serviços de inteligência", comentou o general McChrystal. Desde o início da guerra, as forças especiais garantiram o controle de duas bases aéreas no Oeste iraquiano, batizadas de H-3 e H-2.