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Idosa aguarda há 14 dias por vaga no Hospital de Clínicas em S. Bernardo

Eluiza da Silva quebrou o fêmur em 25 de abril e está internada no Hospital de Urgência, em S.Bernardo, onde espera por cirurgia para colocar pino

Beatriz Mirelle
09/05/2024 | 08:15
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


A aposentada Eluiza Raimunda da Silva, 77, aguarda por uma transferência para realizar cirurgia no Hospital de Clínicas, em São Bernardo, há 14 dias. Ela quebrou o fêmur em 25 de abril e foi internada no Hospital de Urgência da cidade no dia seguinte. Desde então, espera por uma vaga para a colocação de um pino. A Prefeitura da cidade não se pronuncia sobre o caso. 

A empresária Silvana Rosa, 43, é nora de Eluiza e relata que a sogra caiu dentro de casa, no Parque Andreense, em Santo André. A família solicitou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que não compareceu, e só conseguiu resgate do Corpo de Bombeiros de São Bernardo. A idosa foi encaminhada para a UPA Silvina e, posteriormente, para o Hospital de Urgência, onde realizou exames e foi constatado que ela precisava ser submetida a procedimento cirúrgico. “Disseram que teve uma fissura e quebrou. Ela deu entrada no dia 26 de abril à noite e, desde então, está esperando por uma vaga no Hospital de Clínicas porque o caso dela é cirúrgico e lá (no de Urgência) não tem estrutura para realizar esse tipo de procedimento que, segundo eles, é grande. A médica falou que teria que colocar um pino.”

Enquanto Eluiza espera pela transferência, os familiares se revezam para acompanhá-la e fazer visitas. Em uma das idas ao hospital, eles viram que a idosa estava com os pulsos amarrados. “Vi minha sogra no feriado (1º de maio) e percebi que não estava falando ‘nada com nada’, mas achei que era porque ela estava há muito tempo no hospital. Quando minha cunhada chegou, no dia 2, ela estava com os punhos amarrados na cama. Falaram que ela tentou arrancar a fralda, como se tivesse um tipo de crise de pânico, e que deram calmantes para ela. Achei muito estranho fazerem isso. Segundo os enfermeiros, amarraram para ela ‘não cair’.” 

Silvana lista que a idosa tomou clonazepam, quetiapina, prometazina e haloperidol. “Ela só toma remédios para pressão alta e diabetes. À noite, não dava para ficar nenhum acompanhante por perto porque não tinha cadeira. Depois que a vimos amarrada e reclamamos, ela foi transferida na tarde da quinta-feira (2) para a enfermeira. No dia seguinte, não estava mais dopada.”

De acordo com a empresária, os dois hospitais, tanto o de Urgência quanto o de Clínicas, apresentam alta demanda de pacientes, mas ela pontua que considera que Eluiza deveria receber atendimento prioritário, considerando o caso e idade da paciente. “Uma idosa de 77 anos que não pode nem levantar fica em um hospital por todo esse tempo e ainda passa por isso (ao se referir às amarrações). Até agora não ocorreu a transferência, mesmo após muitas tentativas. Não tivemos nenhum sucesso. A internação já vai completar duas semanas e não há posicionamento em relação às datas.”

Questionada sobre o caso de Eluiza da Silva, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu até o fechamento desta edição. 

O Diário também solicitou um posicionamento do Paço de Santo André pelo fato de o Samu não ter atendido a idosa, que mora no Parque Andreense. “Informamos que na referida data o serviço 192 SAMU de Santo André estava inoperante em razão de problema na fibra ótica da empresa responsável pelo serviço. A cidade prontamente disponibilizou dois números de celulares com ampla divulgação nas redes sociais para minimizar os problemas e conseguir atender aos chamados, mas, ainda assim, a atuação do serviço ficou comprometida”, esclareceu a Prefeitura de Santo André.




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