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Consórcio promete retorno de alertas do CGE

Equipamento de monitoramento meteorológico da região está em estruturação, ainda sem prazo

Renan Soares
07/05/2024 | 08:15
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


O CGE ABC (Centro de Gerenciamento de Emergências ABC) está em fase de reestruturação. Conforme revelado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC ao Diário, o equipamento de monitoramento das condições meteorológicas da região está em fase de automatização do sistema de alerta e, após o processo, será feito um estudo de como disponibilizar os dados para a população. A entidade ainda não definiu um prazo para o retorno do equipamento, que não atua desde 2021. 

Segundo explica o CGE ABC, com uma nova realidade orçamentária após a inadimplência e a saída de municípios consorciados, não foi possível renovar o contrato com a empresa que prestava o serviço de divulgação diária de boletins meteorológicos. Agora, segue em reestruturação o retorno do equipamento, com a automatização do sistema de alerta a partir de equipamentos de medição instalados na região e que serão enviados às Defesas Civis. 

“Consolidado o novo sistema de alerta automatizado para acesso das Defesas Civis, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC irá estudar o melhor formato para abrir estes dados à população no futuro”, disse o Consórcio. No momento, as Defesas Civis municipais estão utilizando informações do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e da Defesa Civil estadual para a realização do trabalho de prevenção. 

Para Melissa Graciosa, professora de Drenagem e Hidráulica na UFABC (Universidade Federal do ABC) é fundamental que cada cidade ou região tenha um CGE e, no caso do Grande ABC, a medida se faz necessária porque cinco das sete cidades compõem a bacia hidrográfica do Tamanduateí, sendo parte dela Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá (uma parte da Capital também é abrangida).

“Nossos rios estão tomados por avenidas, seja na margem ou sobre eles, então o alerta tem que ser integrado com o de trânsito. Por exemplo, a partir do alerta do CGE a equipe de trânsito já sabe quais vias e túneis tem que interditar porque vai alagar. O túnel do Anhangabaú, na Capital, é um exemplo clássico. A partir de um determinado limiar de chuva eles interditam o túnel para não haver risco de pessoas ficarem presas na enchente dentro do túnel como acontecia antigamente,” cita a docente.

Segundo ela, os alertas disparam uma determinada sequência de ações de contingência, definindo quais áreas têm que ser eventualmente evacuadas, para onde vão as pessoas ou onde o trânsito tem que ser interrompido. “O CGE é peça chave nisso, que ele seja reativado o mais breve possível para poder trazer essa segurança adicional diante desse cenário de extremos climáticos que estamos vivendo,” defende a especialista. 

Maria Clara Sassaki, porta-voz da Tempo OK, empresa de desenvolvimento de tecnologias, soluções e serviços meteorológicos, defende o uso do equipamento. “Em termos de monitoramento do tempo, quanto mais estações e meteorologistas monitorando as condições, melhor. Até mesmo porque os centros de gerenciamento de desastres conseguem mapear as áreas de risco de cada lugar monitorado e ser ainda mais eficientes na hora de enviar um alerta meteorológico, principalmente para a população que já vive em áreas que costumam registrar transtornos com relação a variáveis meteorológicas.”

A especialista reforça o apontado pela docente e diz que os avisos meteorológicos são uma das medidas mais rápidas para minimizar os impactos de uma chuva severa. Isso porque quando a população e as autoridades têm ciência de que há uma tempestade se aproximando de uma determinada localidade nas próximas horas, é possível evacuar áreas de risco antes de a chuva começar ou de os rios transbordarem, o que pode salvar vidas.

Modelo é similar ao usado na Capital

Modelo para a região, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) é o órgão da Prefeitura de São Paulo responsável pelo monitoramento das condições meteorológicas na Capital. Espelhado em modelos preventivos existentes em outras metrópoles mundiais, foi criado em novembro de 1999, após uma inundação de grande proporção que tomou a região do túnel do Anhangabaú em março do mesmo ano.

O equipamento passou a monitorar, coletar e transmitir informações relacionadas a chuvas, temperatura e umidade relativa do ar para diversas secretarias municipais e órgãos como Defesa Civil, CET, Corpo de Bombeiros, subprefeituras, entre outros.

Com o apoio de imagens de radar em tempo real, imagens de satélite, modelos numéricos de previsão, radiossondagem, dados de estações meteorológicas e rede telemétrica, a equipe do CGE opera 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados, informando previsão do tempo, tendência e dados coletados por meio de atendimentos presenciais, telefônicos, e-mails e atualizações constantes no website da instituição.

Em 2021, nas últimas postagens do antigo CGE ABC, é possível notar a semelhança entre os equipamentos. Na região, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC estuda o retorno sistema.




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