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‘A proposta é ter Rio Grande como cidade de interesse turístico’, diz prefeita
Da Redação
03/05/2024 | 08:15
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FOTO: Nilton Valentim/DGABC


A sexagenária cidade de Rio Grande da Serra, com população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 44.170 pessoas e orçamento de R$ 170 milhões para 2024, busca alternativas para o seu desenvolvimento, tendo em vista que 100% do seu território inserido em área de manancial. A economia municipal é em grande parte sustentada pelos imóveis, comércios, serviços e três grandes empresas nas áreas de autopeças, alimentação e logística. Para impulsionar o crescimento, a prefeita Penha Fumagalli (PSD) busca transformar Rio Grande da Serra em Município de Interesse Turístico, além de apostar na indústria limpa.

Qual é o maior desafio para o desenvolvimento de Rio Grande da Serra?

Trazer novos investimentos privados. Grandes empresas procuraram o município para a instalação de suas operações, as conversas avançaram, mas quando solicitaram mais área para construção as tratativas travaram. A cidade de Rio Grande da Serra tem 100% de seu território em área de manancial e, por isso, existem regras de proteção ambiental. Somos os pulmões do Grande ABC. A cidade é rica em terra, mas não pode usar. É difícil. Temos um orçamento previsto de R$ 170 milhões por ano, mas segundo nossa secretaria de Finanças, é projetada uma perda de 30% deste total com a inadimplência. Nossa arrecadação é composta por impostos residenciais, da atividade produtiva e do Fundo Municipal dos Municípios.

Como reforçar os cofres municipais para aumentar a quantidade de serviços públicos sem onerar a população e as empresas já instaladas e promover o crescimento de Rio Grande da Serra?

Nossa aposta está no desenvolvimento turístico, em transformar Rio Grande da Serra em MIT (Município de Interesse Turístico). A proposta está na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e, se aprovada, garante repasses financeiros para a cidade. A ideia é fomentar os esportes na natureza, como trilhas, motocross e bicicross. Por final de semana passam em média, por Rio Grande da Serra, 5.000 pessoas, mas que não param na cidade e não fazem a roda da economia girar. Esse público apenas desce na estação ferroviária para pegar um ônibus rumo a Paranapiacaba. A equipe de governo tem trabalhado para mostrar nossos atrativos e fomentar o setor. Há na cidade cachoeiras e mais de 3.000 nascentes de rios. Recentemente, estivemos em Brasília e trabalhamos para que Rio Grande da Serra fosse incluída no Mapa Turístico. Temos um grande potencial de exploração turística. Ribeirão Pires, por ser uma Estância Turística, tem como nos ajudar muito nesse início de caminhada.

A senhora demonstra otimismo quanto ao fomento do turismo para potencializar o desenvolvimento de Rio Grande da Serra, no entanto, com mais pessoas na cidade será necessário uma malha viária que possibilite o deslocamento de mais veículos em menor tempo e com segurança, assim como acesso facilitado ao terminal rodoviário e uma estrutura reforçada de pronto-socorro para munícipes e visitantes. Quais são os projetos do governo local neste sentido?

Uma demanda antiga de Rio Grande da Serra e que tem avançado está relacionada à mudança do local da estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A ideia é trazer ela mais para perto da rodoviária e ter uma interligação entre os dois modais. O assunto já é tratado pelo governador que garantiu, na última reunião com os prefeitos, de que o projeto está em fase final de apresentação e que até o meio do ano as tratativas terão início. Essa obra é importante. O local no qual a estação está situada hoje atrapalha o trânsito nos horários de pico. Se acontece algum imprevisto, para tudo, e a ambulância não consegue chegar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), por exemplo. Além disso, por meio do Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento, Rio Grande da Serra foi contemplada com mais de R$ 2 milhões. O recurso será utilizado para asfaltar ruas em vários pontos do município. Estou à frente da Prefeitura há quase dois anos e consegui triplicar o atendimento na UPA, agora são quatro médicos de dia e três à noite.

Quais os planos de ação na área da saúde, um dos principais gargalos na maioria das prefeituras do Brasil?

Diante dos avanços dos casos de dengue, nossos serviços estão sendo sufocados com o aumento nos números de atendimentos. Apesar de tudo, Rio Grande da Serra, mesmo estando em meio à Mata Atlântica, não registrou nenhuma morte por causa da doença até hoje (ontem). Desde que assumi o mandato, além de reforçar as equipes da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), consegui trazer mais 13 médicos do Programa Mais Médicos para a cidade. Com recursos de emenda parlamentar da deputada estadual Ana Carolina Serra (Cidadania), a quem agradeço, Rio Grande da Serra vai receber R$ 800 mil para a compra de um mamógrafo. Antes, tínhamos uma fila de espera muito grande, contratamos uma empresa, e em seis meses zeramos a fila. Mas sem o equipamento precisávamos encaminhar nosso pacientes para o serviço de referência do Estado, nas AME (Ambulatórios Médicos de Especialidades). 

E agora?

O mamógrafo será instalado no nosso novo centro de especialidades médicas, que terá também cardiologia, ortopedia, pediatria e ginecologia, que deverá ser entregue no prazo de menos de 60 dias. Vamos iniciar ainda neste mês de aniversário da cidade a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Conde, e vamos entregar em até 20 dias a UBS do Parque América, que foi reformada. Ela está sendo mobiliada e em breve estará à disposição da população.

Rio Grande da Serra tem índices de criminais, se comparados com cidades vizinhas, baixos, mas é uma área sensível e que preocupa muitos gestores municipais. Como a Prefeitura tem agido para impedir que os indicadores subam e consequentemente garanta a segurança da população?

Com doações de cidades vizinhas e recursos municipais equipamos e qualificamos a GCM (Guarda Civil Municipal). Agora, vamos iniciar a troca de toda a iluminação da cidade. Serão substituídas mais de 5.000 lâmpadas por LED. Com a troca o município vai reduzir o consumo de energia e ficar mais iluminada, contribuindo para a redução da criminalidade. A empresa contratada tem prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, mas a depender do tempo, em 90 dias Rio Grande da Serra terá um novo parque de iluminação.




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