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Educar para educar
Rodolfo Souza
25/04/2024 | 08:05
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Seri


Dias atrás, assisti a uma palestra onde muito se falou sobre educação, esta de que tratamos todos os dias em sala de aula e que dá nome a secretarias e ministérios. Isso porque, quando educação é assunto em pauta, jamais se põe à mesa aquela exercitada no aconchego do lar desde os primórdios da existência daquele que logo esquentará os bancos escolares. Educação, por vezes, defeituosa que acaba por impactar diretamente na construção do conhecimento do pequeno, quando de seu ingresso na escola, lugar onde aprenderá, por meio das palavras e dos números, as práticas de enfrentamento da vida.

Concordo, amigo leitor, que soa meio pesada, de teor um tanto sinistro esta minha conversa. Mas de que é feita a vida, senão de uma sucessão de batalhas diárias? Peleja que é preciso ser apresentada, sem rodeios, às pessoas de tenra idade, que só engatinham no quesito ora discutido. É uma forma de mostrar-lhes que há caminhos a serem percorridos num universo de possibilidades. 

Muito se tem batido cabeças, pois, em torno da questão que visa melhorar os resultados e promover a evolução intelectual do estudante, e o consenso no meio docente insiste que a construção do ensino começa mesmo pelos ensinamentos recebidos nos braços da família, os quais serão determinantes nos resultados almejados. Quando estes atuam para essa finalidade, logicamente, o que nem sempre acontece. 

A partir desta reflexão, chamar o trabalho desenvolvido numa escola de educação me parece um tanto equivocada, tendo em vista que é dentro das quatro paredes que constituem o ambiente doméstico é que deve ocorrer o ensino preliminar, a educação de verdade, esta que não prescinde da presença dos pais ou responsáveis.

Destaque para o fato de ser a sala dos professores ambiente normalmente alegre onde conversas acaloradas se dão cotidianamente. E é, em meio à descontração, que surgem trocas de experiências, em que problemas comuns são debatidos, quem sabe, na esperança de se buscar uma solução para questões, não raro, das mais difíceis, envolvendo o protagonista do meio escolar, sua excelência o aluno.

O ambiente de sala de aula, hostil que só vendo nos dias de hoje, de fato não favorece, pois, a aprendizagem. Os valores não são os mesmos de outrora, um tempo em que o respeito aos pais e aos professores não permitia atitudes que navegam na contramão do desenvolvimento intelectual. Não que se vivesse um mar de rosas no passado. Mas convenhamos, amigo, decaímos.

Os tempos mudaram, e os dias de hoje privilegiam a futilidade, o pensamento pequeno e o mau-gosto, disseminados largamente pela internet, que, com seus tentáculos sociais, lucra com a deterioração da mente humana, fenômeno que vem ganhando tamanho e voracidade cada vez mais fora de controle. 

E é justamente nesse ambiente que o profissional do ensino deve se esmerar para conseguir resultados satisfatórios.

O que fazer? 

Ouvir a opinião dos leigos é uma alternativa, já que sempre apresentam propostas, como se fossem torcedores escalando o melhor time para o seu clube se sagrar vencedor na partida de domingo.

A outra é aprender com os especialistas em educação, para quem todos os problemas podem ser resolvidos adotando-se estratégias, como se estratégia fosse um milagre daquele que desce do céu quando a aprendizagem se torna precária em meio ao caos. 

Rodolfo de Souza nasceu e mora em Santo André. 

É professor e autor do blog cafeecronicas.com




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