Sabores&Saberes Titulo Nutrição
O jejum intermitente sem virtudes
Antonio Carlos do Nascimento
08/04/2024 | 10:47
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Fernandes


Refeições volumosas promovem grande produção de ácido clorídrico para dentro da cavidade gástrica, ao tempo que resulta enxurradas de bicarbonato de sódio liberadas na circulação, contexto que instaura um estado orgânico denominado ‘maré alcalina pós prandial’, responsável por induzir sonolência típica.

A sesta é a soneca pós-almoço praticada em vários lugares do mundo na obediência desse evento fisiológico, com algumas pesquisas demonstrando vantagens, ao passo que outras não encontram os mesmos resultados, contudo, quando esse mecanismo é instintivamente recrutado no período noturno para proporcionar sono relaxante, as resultantes são ruins.

Tal costume pode trazer transtornos gastrointestinais, tais quais gastrite, duodenite, refluxo gastroesofágico e esofagite, além de estimular consumo calórico extra que não se relaciona com a regulação fisiológica e ao longo do tempo esse excedente se torna pilar para a obesidade.

Justifica-se, então, encontrar estratégias que impeçam este hábito alimentar nocivo e com igual importância, manter distância quilométrica dos alimentos ultraprocessados e seus componentes capazes de descalibrar nossos centros de fome e saciedade em favor do ganho de peso.

Verdade também que as fibras inabsorvíveis, contidas em hortaliças e grãos integrais, lentificam a absorção dos carboidratos, além de serem utilizadas por bactérias intestinais específicas na fabricação de substâncias vantajosas para nosso metabolismo.

Compreendido e respeitado o supra exposto, é devaneio imperdoável esperar perda de peso apenas pela divisão de determinado volume calórico em uma, duas ou dez vezes em 24 horas, seja qual for o intervalo entre as refeições.

Algumas dessas divagações alimentares parecem ir além da ineficácia, como pode ser visto nas conclusões preliminares de estudos com jejum intermitente, as quais sugerem perda de massa muscular em seus executores, pior ainda, uma robusta pesquisa recente, coloca este modelo alimentar sob forte suspeita de aumentar os riscos de morte por doença cardiovascular.

Praticar exercícios físicos, não fumar, consumir pouco ou nenhum álcool, dormir bem e manter enorme distância de ultraprocessados, sem abolir nenhum grupo alimentar, embora repetitiva e enfadonha, é a única receita disponível para viver bem e melhor!
 




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