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Caso de importunação sexual em S.Bernardo gera cobranças

Após reportagem do ‘Diário’, Assembleia e Câmara pedem explicações ao Paço sobre episódio de enfermeira demitida depois de denunciar médico

Beatriz Mirelle
29/03/2024 | 09:57
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FOTO: Alesp; André Henriques/DGABC


Após o Diário revelar que médico da Policlínica Alvarenga, em São Bernardo, é alvo de investigação de importunação sexual contra enfermeira, a notícia mobilizou representantes da Câmara Municipal e da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). O deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) informou que acionará o MP (Ministério Público) para questionar a demissão da vítima pouco tempo depois de reportar o caso, enquanto o vereador Julinho Fuzari (PSC) encaminhou requerimento para que a Prefeitura explique por que o profissional estava no quadro de funcionários mesmo com histórico de acusações e duas prisões (em 2012 e 2019) por suspeita de abuso de pacientes. 

“Estou levando essa denúncia ao Ministério Público porque é muito grave, sobretudo a punição à vítima. O MP precisa entrar, verificar responsabilidade junto à Prefeitura de como a gestão faz esse tipo de contratação. É um abusador que atende mulheres. Estamos nos colocamos à disposição da vítima, inclusive juridicamente. O prefeito (Orlando Morando) fez uma live xingando o abusador, mas sequer se solidarizou com a enfermeira. Essa situação é muito triste”, afirma Teixeira. 

O requerimento formulado pelo vereador Julinho Fuzari foi aprovado de forma unânime na quarta-feira (27) em sessão ordinária. “Soube do caso a partir da reportagem do Diário. No requerimento, questiono como uma pessoa com histórico de duas prisões era mantida no quadro de médicos da Prefeitura de São Bernardo. Ele ainda desempenhava uma função que colocava muitas pessoas em situação de vulnerabilidade. A Prefeitura tem 30 dias para responder a esse documento. Após o retorno, podemos cobrar que justiça seja feita e que a enfermeira seja recontratada”, diz Fuzari. 

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou, em nota, que a Polícia Civil investiga atualmente dois casos de importunação sexual, registrados nos últimos dias 4 e 22 de março, na mesma unidade contra o médico. 

De acordo com o Boletim de Ocorrência feito pela enfermeira, ela estava na sala de ultrassom da policlínica quando Rogerio Pedreiro se aproximou e tocou em partes íntimas dela. Contratada em janeiro, ela foi demitida pouco tempo após reportar à Polícia Civil. Em entrevista à Universa UOL, a Sigma, empresa responsável pelas contratações da enfermeira e do médico, explicou que a demissão da vítima não teve ligação com a denúncia. 

Em live na quarta-feira (27), o prefeito Orlando Morando (PSDB) declarou que nem a Prefeitura nem a FUABC (Fundação ABC), responsável pela contratação da Sigma, escolhem quais serão os funcionários que trabalharão pelas terceirizadas. “A enfermeira estava no estágio probatório. Ela foi desligada sem nenhuma conexão com o assédio. O mau- caráter do médico também trabalhava para a terceirizada. Nós exigimos das empresas atestado (de antecedentes criminais), porém você exige quando entra. Infelizmente, não sei se houve falha. Está sendo apurado. Registro meus sentimentos (à vítima) e repudio ao médico. Rogerio Pedreiro, você é um safado, me processa, seu lixo. Eu torço para que você vá para trás das grades.” 

Em nota ao Diário, a Fundação ABC informa que não mantém vínculo com o médico. “Trata-se de profissional ligado a uma empresa terceirizada, que presta serviços de imagem à FUABC no município de São Bernardo. Assim que a FUABC tomou ciência da denúncia, foi solicitado à empresa Sigma Serviços de Imagem o imediato desligamento do profissional dos quadros assistenciais e, desde então, o médico está proibido de atuar em todos os serviços da fundação.” 




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