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PT se utiliza de Zacarias e Marangoni para desgastar o governo de Sto.André

Partido comemora pré-candidatura do vice-prefeito, apoiado por Marangoni, apostando que briga entre ex-aliados beneficie Bete Siraque

Evaldo Novelini
25/03/2024 | 07:00
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Reprodução


A cúpula do PT tem acompanhado com especial interesse, e até estimulado, a disputa no grupo do prefeito Paulo Serra (PSDB) em Santo André pela indicação do nome à sucessão, em outubro, porque entende que o desgaste provocado pela briga no núcleo governista pode beneficiar a sua pré-candidata, Bete Siraque.

Uma fonte graduada do PT nacional, ouvida pelo Diário, disse que o partido voltou a acreditar na possibilidade de vitória em Santo André depois que dois antigos aliados do Paço, o vice-prefeito Luiz Zacarias (PL) e o deputado federal Fernando Marangoni (União Brasil), romperam com o governo e anunciaram o desejo de concorrer à sucessão.

O PT começou a considerar que havia chance de derrotar o candidato governista em Santo André quando Zacarias lançou a pré-candidatura em 11 de março. Quatro dias depois, Marangoni, cujo partido é aliado dos petistas na esfera nacional e indicou três ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desistiu da candidatura própria ao Paço e anunciou apoio ao vice-prefeito.

“Estamos acompanhando a movimentação em Santo André e, se o cavalo passar selado, vamos montar”, declarou um dos principais líderes do PT em conversa com a equipe do jornal. O Partido dos Trabalhadores administrou a cidade por 20 anos, com três prefeitos: Celso Daniel (1989-1992 e 1997-2002), João Avamileno (2002-2008) e Carlos Grana (2013-2016).

Por saber que um dos padrinhos de Fernando Marangoni é o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), adversário figadal de Paulo Serra, o PT passou a induzir, nos bastidores, a pré-candidatura de Zacarias, sabendo do potencial de desgaste que ela pode causar à imagem do governo andreense.

Ao mesmo tempo em que assiste às declarações da dupla Zacarias-Marangoni contra Paulo Serra, que incluem termos politicamente pesadíssimos, como traição, o PT determinou que sua pré-candidata, Bete Siraque, pusesse o pé no freio, para que todo o noticiário se concentrasse na briga fratricida que está ocorrendo no núcleo governista.

Morando, por sua vez, aproveita o momento para fustigar Paulo Serra. O prefeito de São Bernardo passou a quinta-feira, 15 de março, cuidando para que a coletiva do dia seguinte, em que Marangoni abriria mão da pré-candidatura própria para endossar apoio a Zacarias, tivesse o maior número possível de jornalistas.

Já o PT trabalha internamente para que a sua futura candidata no pleito de outubro apareça o menos possível no noticiário político – o que pode, inclusive, preservá-la de ataques de adversários a seis meses do primeiro turno, em 6 de outubro. Diferentemente do que ocorre com outros pré-candidatos petistas nas cidades vizinhas, Bete Siraque reduziu praticamente a zero as suas agendas públicas. Só com o Diário, por exemplo, ela cancelou duas entrevistas nas últimas semanas.




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