Sindicato alega falta de diálogo por parte da gestão tucana, que se nega a abrir mesa de negociação; categoria considera nova paralisação
Quase um ano depois de os servidores de São Bernardo pararem por 15 dias, uma nova greve pode ser deflagrada pelos funcionários públicos do município. De acordo com o Sindserv-SBC (Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos de São Bernardo), a Prefeitura, sob o comando de Orlando Morando (PSDB), não está abrindo a mesa de negociação para o reajuste salarial da categoria, que considera convocar nova paralisação.
“Ele (Morando) está novamente dificultando a mesa de negociação. Acredito que para destravar isso precisaremos mais uma vez mobilizar a categoria para o caminho da greve. Como diz o ditado popular, ‘quando a doença é grave, o remédio tem de ser amargo’. Como o Orlando não aprendeu, precisaremos parar a cidade novamente”, declarou o presidente do Sindserv-SBC, Dinailton Souza Cerqueira.
O sindicato reivindica reajuste salarial de 15,44%. O índice engloba a estimativa de inflação (3,54% até dezembro do ano passado) e as perdas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal nos últimos oito anos, que somam 11,5%. A pauta possui oito reivindicações, que vão desde o compromisso de reposição salarial, passando pela manutenção da mesa de negociação, abono de Natal e reajuste dos auxílios para alimentação e transporte, melhorias na assistência médica dos servidores, entre outros itens.
A pauta do Sindserv-SBC foi endossada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que apresentou aos servidores um estudo detalhado sobre o orçamento municipal, apontando uma margem segura nas finanças da Prefeitura para que a demanda seja atendida.
De acordo com Dinailton, o sindicato já solicitou à Prefeitura a abertura de mesa de negociação para apresentar as propostas da categoria. No entanto, nenhum retorno foi dado por parte da gestão Morando. A situação é semelhante à que aconteceu no ano passado, quando a gestão tucana se recusou a negociar com o sindicato e a categoria ficou de greve por 15 dias. Na ocasião, os servidores pediam correção de 17,14%. Em meio à paralisação, a Câmara aprovou, sem qualquer diálogo com a categoria, um reajuste de 7% para o funcionalismo. A proposta, aceita por 22 dos 28 vereadores, foi rejeitada pelos funcionários depois de uma votação organizada pelo Sindserv-SBC.
Iniciada no dia 27 de março, a greve foi suspensa em 11 de abril, quando a Prefeitura aceitou a abertura de uma mesa de negociação com o sindicato. A paralisação chegou a afetar 80% das escolas do município, que teve ao menos 140 unidades sem aula ou com funcionamento parcial devido ao silêncio da gestão tucana. A rede municipal de educação de São Bernardo conta com cerca de 80 mil alunos distribuídos em 176 escolas.
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