"Algumas prestaram depoimento na Polícia Civil e, por isso, vamos pedir cópias das declaraçoes, para ver se esses documentos podem ajudar", disse o relator da comissao, vereador Alan Lopes (PTB). Um dos objetivos das análises está em verificar se há contradiçoes nos depoimentos.
Nesta segunda, também ficará definido se os parlamentares aceitarao substituir o depoimento do empresário Jorge Yunes, que teria emprestado R$ 800 mil ao prefeito. Na semana passada, Yunes foi dispensado de seu depoimento pela acusaçao. A comissao pode escolher entre dois nomes, para ocupar seu lugar.
Europa - Caso se considere que o depoimento do empresário é relevante, ele pode acabar sendo ouvido. Mesmo se for substituído pela acusaçao, os vereadores ainda podem chamá-lo para depor na Câmara.
"Pela comissao, podemos intimá-lo; vamos ver se os membros topam fazer isso", afirmou o vereador Devanir Ribeiro (PT). "Ele nao seria testemunha da acusaçao nem da defesa, seria da comissao; mas isso tem de ser decidido rapidamente - ainda essa semana -, pois Yunes teria dito que viajaria para a Europa." O depoimento do empresário pode acontecer na quinta-feira, um dia depois de terminado oficialmente o processo de acusaçao.
Anhembi - Na quarta-feira, devem ser ouvidos o jornalista Chico Pinheiro, da Rede Globo, e o ex-presidente da Anhembi Turismo e Eventos Ricardo Castello Branco. "Queremos saber da disponibilidade deles; os dois também podem comparecer à Câmara na quinta-feira", adiantou Devanir Ribeiro (PT).
Em suas declaraçoes no Departamento de Identificaçao e Registros Diversos (Dird), Castello Branco negou ter indicado funcionários fantasmas para a empresa e disse, conforme registra a polícia, que os nomes fantasmas partiam diretamente do ex-prefeito Paulo Maluf e dos ex-secretários de Governo Carlos Augusto Meinberg e Edvaldo Alves da Silva. Os envolvidos negam ter feito as indicaçoes.
O inquérito que apura a contrataçao de fantasmas pela Anhembi deve estar concluído em 20 dias. A polícia ouviu cerca de 500 pessoas e encontrou 200 fantasmas na folha de pagamento da empresa.
Defesa - Está marcado para sexta-feira o início da defesa do prefeito na Câmara Municipal. Os advogados de Celso Pitta arrolaram dez testemunhas.
O prefeito é acusado pela OAB de ter violado pelo menos 26 vezes algum tipo de legislaçao em vigor (incluindo a Lei Orgânica do Município, a Constituiçao Federal e, principalmente, regulamentaçoes que tratam de improbidade administrativa e licitaçoes).
Denúncia - Toda a denúncia teve por base depoimentos da ex-primeira dama do Município Nicéa Pitta e seu filho, Victor, prestados na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado. Os dois acusaram o prefeito de pagar propina a vereadores da bancada governista no Legislativo, para que votassem contra a abertura de um processo de impeachment.
A Ordem ainda analisou apuraçoes feitas pelo grupo "força-tarefa", formado por delegados e promotores que investigaram a máfia dos fiscais na administraçao municipal, a contrataçao de funcionários fantasmas, o loteamento das administraçoes regionais e o empréstimo feito por Jorge Yunes.
O maior número de acusaçoes contra Pitta se refere ao artigo 173 da Lei Orgânica, mencionado no documento de acusaçao 15 vezes. O texto trata de improbidade administrativa, do livre exercício da Câmara e do cumprimento de leis e decisoes judiciais. Ao todo, arrolaram-se sete testemunhas de acusaçao.
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