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Saúde anuncia memorial para vítimas da Covid-19

Doença matou cerca de710 mil brasileiros, segundo os dados do Ministério da Saúde

Da Agência Brasil
12/03/2024 | 07:38
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FOTO: Fabio Rodrigues - Pozzebom/Agência Brasil


Em 11 de março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificava o cenário de Covid-19 no mundo como uma pandemia. Quatro anos depois ontem, o Ministério da Saúde anuncia a criação de um memorial às vítimas da doença que matou cerca de 710 mil brasileiros. O local escolhido, de acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é o Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.

“Ao falarmos de um memorial e de uma política de memória, porque é isso que estamos propondo, não circunscrevemos a pandemia de Covid-19 ao passado. Como todas as reflexões sobre memória, sabemos do componente presente, político, das ações de memória. E, ao mesmo tempo, lembramos que, a despeito de termos superado a emergência sanitária, nós não superamos a Covid-19 como problema de saúde pública.”

Ao participar da abertura do Seminário para Concepção e Criação do Memorial da Pandemia da Covid-19, a ministra lembrou que a OMS discute atualmente a criação de um instrumento para o enfrentamento de emergências e pandemias que não permita que cenários como o registrado em junho de 2021 se repitam.

Neste período, a vacina contra a Covid-19 já havia sido registrada e era amplamente comercializada, mas apenas 10% dos países tinham acesso. “Não pelo negacionismo, como vivemos no Brasil, mas pela desigualdade na distribuição e produção de vacinas e outros insumos”, disse Nísia.

“Ao mesmo tempo, tem que fazer parte desse aprendizado o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Porque só um sistema de saúde potente e resiliente pode fazer frente a possíveis e futuras pandemias que o mundo todo discute”, afirmou a ministra. “Ao falarmos do memorial, falamos da importante relação entre memória e história. Não circunscrevemos ao passado, mas pensamos também em que projeto nós queremos para a Saúde, para o Brasil, para a democracia e para o mundo.”

MARCAS

Para a representante da Rede Nacional das Entidades de Familiares e Vítimas da Covid, Rosângela Dornelles, a pandemia deixou marcas de profundo sofrimento na população brasileira. “No Brasil, a pandemia foi agravada pela desresponsabilização do Estado na coordenação de medidas para seu combate, pelo desmonte de serviços públicos e pelo negacionismo ao seu enfrentamento”. Ela cita ainda um processo de “naturalização” de um número cada vez maior de mortes pela doença.

“Cabe lembramos da bravura dos trabalhadores do SUS, que enfrentaram com suas vidas essa doença. Antes mesmo da Covid-19 e mais agora no pós-pandemia, a defesa do SUS exige que apontemos para o seu redimensionamento, de modo a dar respostas efetivas às atuais e futuras demandas orientados por um conceito ampliado de saúde”, destacou a médica de família, ao citar desafios como o represamento assistencial imposto pela pandemia, as desigualdades sociais e a crise climática.

Segundo Rosângela, “a OMS nos lembra: apesar de passada a situação de emergência, continuamos a viver com um vírus que sofre mutações e pode seguir gerando a doença e mortes.”




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