Uma disputa pelo poder entre duas gangues de traficantes, chefiadas por dois irmãos, serve como pano de fundo para uma discussão sobre valores éticos e morais. Os dois chefes são irmãos por parte de pai. Os conflitos são deflagrados quando a mãe de um deles aparece para tentar evitar o acerto de contas entre os traficantes, que tende a acabar em derramamento de sangue.
“Ela alerta para a inutilidade do que estão fazendo”, afirma Solange. “Ela puxa pelo lado da vida e eles, pelo da destruição”, complementa. Mas Partida não é uma peça maniqueísta, alerta a diretora: “Não se trata do bem contra o mal, as coisas são mais complexas”.
Embora fale sobre violência e marginalidade – “não no sentido da criminalidade, mas da privação do acesso à cidadania”, esclarece Solange –, o espetáculo não é moralista. “Não aponta o que é certo ou errado, não é simplista”, diz.
Partida usa como recurso cênico apenas um poste com fios interligados, reproduzindo um local aberto. A música, percussiva, é executada pelos atores. “Eles utilizam latas de tinta e caixas de laranja”, revela a diretora. O elenco: Cássio Castelan, Ditjo Rotta, Emerson Santana, Fábio Farias, Marcelo Monthese, Neusa Deffordi, Ricardo Coelho, Rodrigo Domado e Roger Muniz.
Formado para a encenação de Partida, o Teatro da Conspiração já está preparando o próximo espetáculo, Geração 80 (título provisório), que deve estrear somente no segundo semestre. Com dramaturgia de Adélia Nicolete e direção de Solange, a peça explora o estilo comportamental dos jovens nos anos 80, abordando desde o movimento Diretas Já até a chamada Era Collor. A montagem destaca a música e a poesia de artistas como Cazuza e Renato Russo.
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