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Ibovespa cai com Nova York e dúvidas com China; alta em Petrobras limita
04/03/2024 | 11:35
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O Ibovespa abriu a segunda-feira, 4, perto estabilidade, em meio à falta de motivadores, como a agenda esvaziada hoje. Em Nova York, a indicação é de um começo de sessão em ligeira queda, depois dos ganhos robustos na sexta-feira. Na ocasião, o principal indicador da B3 encerrou com valorização de 0,12%, aos 129.180,37 pontos.

"O mercado brasileiro está um pouco à deriva. O que manda é o investidor estrangeiro, que tem saído da Bolsa", afirma Robert Balestrery, sócio fundador e CIO do Grupo SWM, destacando que só em fevereiro houve saída R$ 9,452 bilhões em capital externo da B3.

Assim como em janeiro, a saída robusta de capital externo - o maior para o mês de fevereiro desde 2020, quando foram retirados R$ 20,9 bilhões devido aos temores sobre os efeitos da pandemia do coronavírus na economia - decorre do adiamento das expectativas em relação ao início do corte de juros nos Estados Unidos, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Mas o Brasil ainda segue atrativo. O dinheiro não está indo embora, está sendo direcionada para a renda fixa. Ainda é atrativo para o estrangeiro aplicar aqui. Tem um diferencial de juros ante o exterior interessante", completa Balestrery.

Enquanto os índices futuros de ações americanos caem, hoje as bolsas asiáticas fecharam em alta, em meio a perspectivas de anúncio de estímulos à economia chinesa nos próximos dias e ainda seguindo os ganhos de sexta-feira em Wall Street. Contudo, as ações do setor metálico cedem.

O minério de ferro, encerrou com queda de 0,11% em Dalian, na China, cotado a US$ 123,65 por tonelada, e o petróleo também recua nesta manhã. Ainda assim as ações da Petrobras avançam em torno de 0,80%, diante da espera pelo balanço trimestral da empresa, que será divulgado na quinta-feira, após o fechamento dos mercados, e e de pagamento de dividendos.

"Há um maior otimismo na Ásia, por conta da expectativas de mais estímulos na China, o que ajudou a sustentar as bolsas da região", afirma o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. Já nos mercados do ocidente, pontua, há um pouco mais de cautela, com os investidores em busca de sinais de bancos centrais dos EUA e da Europa sobre política monetária.

"Temos um início de pregão bastante calmo, na expectativa dos dados que sairão ao longo da semana", diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos. Segundo ele, o foco ficará principalmente em dados de emprego americano. "Um mercado de trabalho mais fraco poderia ajudar na condução da política monetária e possivelmente até adiantar o inicio da queda dos juros nos EUA", diz Costa em nota.

As atenções nesta semana estarão voltadas mais para a forte agenda do exterior que traz discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, Livro Bege, decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o relatório oficial de empregos (payroll) dos Estados Unidos.

Nesta manhã, os investidores acompanham a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele voltou a destacar a inflação de serviços bem acima da média histórica no mundo, o que leva a uma cautela das autoridades monetárias.

Às 11h25, o Ibovespa caía 0,36%, aos 128.718,21 pontos, ante mínima aos 128.685,29 pontos (-0,38%) e máxima aos 129.307,41 pontos, quando subiu 0,10%. Petrobras avançava entre 0,85% (PN) e 0,92% (ON), diante da expectativa pela divulgação do balanço trimestral da empresa e do pagamento de dividendos a acionistas.

Já Vale ON cedia 0,15%, após recuo de 0,11% do minério de ferro em Dalian, na China.




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