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São Caetano começa parque sem possuir estudo ambiental

Condema confirma falta de documentos; advogado vai ao MP pedir investigação e paralisação da obra da gestão Auricchio

Wilson Guardia
25/02/2024 | 08:55
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FOTO: André Henriques/DGABC


A construção do Parque Linear da Avenida Presidente Kennedy, em São Caetano, começou antes mesmo da assinatura da OS (Ordem de Serviço) e da elaboração do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e do RIMA (Relatório de Impacto Ambiental). 

A denúncia parte do advogado e ex-vereador Getúlio Filho, que enviou vídeo ao Diário com fala da presidente do Condema (Conselho Municipal do Meio Ambiente), Maria Vitória Garcia Molina de Lucena, afirmando que até 21 de dezembro do ano passado, data da audiência pública sobre a obra, os documentos ainda estavam em análise. “Estamos recebendo documentações para serem analisadas”, confirmou na ocasião.

No mesmo encontro, a representante da Secretaria de Obras e Habitação Sônia Maria da Costa Miranda também atestou a ausência dos documentos. “O estudo de impacto vai ter que ter, mas está sendo providenciado. Não é vapt-vupt, não é coisa rápida”, disse.

A ordem de serviço para início das obras foi assinada pelo prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) apenas em outubro de 2023, dois meses antes das falas das representantes na audiência pública. No vídeo, ainda é possível notar que a presidente do Condema negou-se a registrar em ata tais afirmações.

“Vou acionar o MP (Ministério Público) e pedir uma investigação e paralisação da obra”, afirma Getúlio.

HISTÓRICO

Como adiantado pelo Diário, em maio do ano passado, cinco meses antes da assinatura da autorização da obra, maquinário pesado iniciava a demolição da área de 60 mil metros quadrados começando pelo Abrev (Associação Beneficente, Recreativa e Esportiva) Barcelona.

Na época, uma comerciante e frequentadora do clube afirmou à reportagem que há muito tempo tratores estavam lá dentro. “Hoje sobrou muito pouco do clube, porque tem algumas semanas que estão demolindo”.

Equipe do Diário esteve no local na primeira quinzena de maio e constatou que o clube estava parcialmente demolido enquanto o Cise (Centro de Educação e Saúde da Terceira idade) João Castaldelli por completo desmontado. Para realizar as intervenções a empresa Versátil Engenharia foi a contratada, firma esta, responsável por gerir o contrato de quase R$ 20 milhões do terminal rodoviário.

O fim do clube já havia sido noticiado pelo Diário em 26 de março, quando o jornal teve acesso a informações sobre a proposta de Auricchio. A implantação do novo espaço prevê a integração das áreas da garagem municipal, do Cise João Castaldelli, do Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho, da sede da Abrev Barcelona, do Parque Cidade das Crianças e também do Clube Santa Maria.

Este último equipamento municipal, com quadras e piscinas, foi pautado por Getulinho, que abriu uma ação civil pública para barrar a demolição, mas teve a causa perdida e o clube veio ao chão.

A Prefeitura foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não se manifestou.




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