Economia Titulo GARANTIA DE EMPREGOS
Campanha pede proteção para a indústria de pneus

Federação dos borracheiros busca junto ao governo a adoção de medidas em favor dos fabricantes para garantir empregos

Nilton Valentim
23/02/2024 | 07:00
Compartilhar notícia


A Fenabor (Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Borracha, Pneumáticos e Látex) vai pleitear junto ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento da Indústria Comércio e Serviços) medidas que melhorem as condições para as fabricantes brasileiras de pneus na concorrência com os importados. A intenção, segundo o presidente da entidade, Márcio Ferreira, é a proteção dos empregos no setor.

O sindicalista cita como exemplo Bridgestone, de Santo André, que em setembro de 2023 colocou em prática lay-off (suspensão de contrato) de 1.608 trabalhadores, que se revezam em turnos. A cada três meses, 402 funcionários ficam em casa. E, segundo Ferreira, a empresa quer ampliar para outros setores da planta. “A situação dos pneus de caminhão e do (setor) agro está muito difícil”, pontuou o sindicalista.

O primeiro impacto sentido pelo segmento ocorreu em 2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), quando foi zerada a alíquota de importação de pneus de carga. Em 2023, o Gecex (Comitê Executivo de Gestão) da Camex (Câmara de Comércio Exterior) aprovou o retorno da tarifa de 16% sobre a importação de pneus no transporte rodoviário de cargas. Entretanto, fatores como o fim do preço referência para a entrada do pneu importado (também definida no governo Bolsonaro), a redução do preço do frete internacional, a queda do dólar e, em agosto de 2023, a elevação do imposto de importação da borracha natural de 3,2% para 10,8%, podendo ainda chegar a 22%, continuaram pesando para os fabricantes.

“A situação de um modo geral está muito ruim e a gente não está vendo uma luz no fim do túnel. Precisamos que o governo tome algumas medidas mais efetivas. Para poder pelo menos parar a sangria. Não queremos protecionismo, e, sim, isonomia”,a firma Ferreira.

A Fenabor lançou a campanha ‘Vamos dar um basta na concorrência desleal! Medidas protetivas já! Pro emprego na indústria de pneus não acabar!’. 

“O cara que importa, traz e coloca o pneu aqui (no Brasil) e não tem nenhuma responsabilidade ambiental com a carcaça destes pneus.Enquanto o fabricante nacional tem que destinar fim ao produto dele, São várias exigências ambientais”, afirma Ferreira. “Fica mais interessante trazer o pneu de fora do que fabricar no Brasil”, complementa.

O relatório produzido pela Fenabor aponta que em 2017, 25% dos pneus de carga vendidos no Brasil eram importados. Hoje, são 46%. Já os destinados a veículos de passeio, o percentual aumentou de 29% (2017) para 51%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;