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A cada 30 minutos, um celular é roubado ou furtado na região

Em 2023, 19.214 aparelhos telefônicos foram subtraídos de seus donos, mas Grande ABC registra queda; especialista alerta população sobre uso

Renan Soares
22/02/2024 | 07:13
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC


No Grande ABC, em média, um celular é furtado ou roubado a cada 30 minutos. É o que mostram os dados de ocorrências obtidos pelo Diário junto à SSP (Secretaria de Segurança Pública), via Lei de Acesso à Informação. Em 2023, 19.214 aparelhos foram roubados de seus donos na região, sendo 6.136 furtados e 13.078 roubados. O mês de agosto concentrou o maior número de ocorrências, com 1.770. 

A cidade de Santo André lidera a lista com 6.193 crimes, seguida de perto por São Bernardo, com 5.473. Diadema (3.808), Mauá (2.378), São Caetano (957), Ribeirão Pires (320) e Rio Grande da Serra (85) completam os números da região. Apesar do alto índice, no ano de 2023 os roubos e furtos de celulares tiveram queda de 17% no Grande ABC, com mais de 3.900 casos a menos do que no ano anterior.

Para Leonardo Sant’Anna, especialista em segurança pública e privada, o uso de aplicativos bancários e de dados tornaram o crime mais atrativo, devido à facilidade para a realização de transferências, além do acesso a imagens pessoais e documentos por meio dos aparelhos. O especialista alerta também para a dificuldade de rastrear aparelhos roubados ou furtados, além da impunidade, o que, para ele, fomenta um mercado informal. 

“É um objeto pequeno, que todo mundo tem, com valor de mercado inteiro ou em partes. Existe ainda um mercado paralelo muito aquecido pela venda de peças, como no de veículos. Atualmente a desmontagem dos aparelhos passou a ser uma realidade, já que qualquer pessoa consegue”, diz o especialista. “Com a pandemia, algumas peças passaram a não estar presentes no mercado com tanta facilidade, ou com valores bem mais altos”.

Sant’Anna orienta que as pessoas não demonstrem que estão portando um celular, assim tirando o aparelho do raio de visão dos criminosos. “Quanto menor é a ostentação, maior é a prevenção”, finaliza.

ESTADO

Ao longo do ano de 2023, o Estado de São Paulo registrou 160.038 casos de furto e 141.313 de roubo de aparelhos celulares, totalizando 301.351 ocorrências durante o período. Apesar dos números, o total de registros é 10% menor do que o registrado em 2022.

Os números figuram em levantamento realizado pelo Departamento de Economia do Crime da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) realizado a partir da compilação de boletins de ocorrência registrados pela SSP.

O estudo da Fecap revela que o mês de fevereiro de 2023 teve 14% a mais em comparação com fevereiro de 2022: um total de 26.259 ocorrências, divididas entre 14.090 furtos e 12.169 roubos. Segundo o professor pesquisador responsável pelo levantamento, Erivaldo Vieira, o pico de ocorrências no mês de fevereiro pode estar diretamente relacionado com o Carnaval.

“As festas do período costumam atrair grandes multidões e propiciar um ambiente onde furtos e roubos podem ocorrer com mais frequência. As aglomerações e a atmosfera de festa podem facilitar a ação de criminosos, o que explica o aumento nas ocorrências durante este período”, afirma Vieira.

COMBATE

Em nota, a SSP informou que tem investido recursos para combater a criminalidade em todas as regiões do Estado, incluindo o Grande ABC. “A pasta enfatiza que suas forças policiais monitoram de perto os índices de criminalidade em todas as regiões do Estado. Quando é identificada uma área com aumento nos registros de crimes patrimoniais ou contra a vida, são implementadas medidas como o reforço do efetivo policial ou realocação de recursos, de acordo com a estratégia operacional mais eficaz”, diz o comunicado.

Além de apontar o índice de queda de 17%, a SSP diz que, na região, mais de 8.000 infratores foram presos ou apreendidos e 504 armas ilegais foram retiradas das ruas.

PROGRAMA JÁ BLOQUEOU 25 MIL APARELHOS

O Programa Celular Seguro chegou, nesta semana, à marca de 25.107 mil alertas de bloqueios referentes a perda, roubo ou furto de aparelhos, a partir de usuários que já instalaram o aplicativo em seus telefones móveis. A iniciativa criada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública possui mais de 1,69 milhão de usuários cadastrados em todo o país, com mais de 1,3 milhão de telefones cadastrados.

O acesso ao Celular Seguro é feito por meio do site gov.br. Os aparelhos podem ser registrados via site (celularseguro.mj.gov.br) ou aplicativo, disponíveis na Play Store (Android) e na App Store (iOS).

O programa possibilita às vítimas de furto e roubo de dispositivos móveis que possam bloquear o aparelho e aplicativos digitais em poucos cliques. Não há limite para o cadastro de números, mas eles precisam estar vinculados ao CPF do titular da linha para que o bloqueio seja efetivado. Cada pessoa cadastrada no Celular Seguro poderá indicar pessoas da sua confiança, que estarão autorizadas a efetuar os bloqueios, caso o titular tenha o celular roubado, furtado ou extraviado. Também é possível que a própria vítima bloqueie o aparelho acessando o site por um computador.

Após o registro de perda, roubo ou extravio do celular, os bancos e instituições financeiras que aderiram ao projeto farão o bloqueio das contas. O procedimento e o tempo de bloqueio de cada empresa estão disponíveis nos termos de uso do site e do aplicativo. O bloqueio dos aparelhos celulares seguirá a mesma regra. Até fevereiro, as empresas de telefonia também passarão a efetuar o corte das linhas.

COMO FUNCIONA?

O Celular Seguro representa um botão de emergência que deve ser utilizado somente em casos de perda, furto ou roubo do celular. A ação garante o bloqueio ágil do aparelho e de dispositivos digitais. A ferramenta não oferece a possibilidade de fazer o desbloqueio. Caso o usuário emita um alerta de perda, furto ou roubo, mas recupere o telefone em seguida, terá que solicitar os acessos entrando em contato com a operadora, bancos e outros. Cada empresa segue um rito diferente para a recuperação dos aparelhos e das contas em aplicativos.




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