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Travestir policiais de demônios é crime
Dirceu Cardoso Gonçalves
Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).
18/02/2024 | 07:01
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 O Carnaval, maior festa popular brasileira, tem o condão de divertir seus adeptos e, pela proporção que tomou em nosso País, constitui importante fonte de renda ao turismo nacional e potente indutora da economia das localidades onde se realiza. Tanto que recebe o aporte de verbas públicas para que as instituições a realizem com maior brilhantismo e desperte o interesse dos apreciadores locais e estrangeiros. É, também, no nível popular, um exuberante período de diversão do povo e esquecimento das mazelas do dia-a-dia. Não é à toa que sua realização praticamente para a Nação para ver o bloco, o cordão, a escola de samba, o trio elétrico e tudo o mais passar.

Infelizmente, São Paulo teve a sua festa deste ano manchada pela insensatez dos responsáveis da Escola de Samba Vai Vai, tradicional agremiação e titular de larga folha de realizações prestadas ao Carnaval paulistano que, em vez de passistas, pierrôs, colombinas e outras alegorias positivas, escolheu trazer “demônios” ao sambódromo e – pior que isso – afirmar leviana e até criminosamente que seriam eles os integrantes de nossas forças policiais. Fizeram questão de ignorar os idealizadores do insólito desfile, todo o trabalho de Segurança Pública que nossas polícias realizam pela estabilidade social e bem-estar da população. Isso é uma irresponsabilidade e precisa ter seu preço exemplarmente cobrado para que o abuso não se repita ou – pior ainda – possa tornar-se habitual.

Não há desculpa que possa justificar o comportamento de uma agremiação ao tentar impingir imagem negativa a uma força do Estado constitucionalmente encarregada de prover a segurança da população. A polícia – seja ela federal, estadual, civil, militar, montada, motorizada ou à pé – é a presença do poder público na defesa da população. Sua atuação não é política e nem antagônica à manutenção da vida. Pelo contrário, é empenhada em proteger o cidadão de bem frente aos esquemas criminosos e aos desordeiros sociais. Ofendê-las é vilipendiar a sociedade a quem serve e contrariar os ditames legais. Isso aponta a necessidade de providências enérgicas. O governo federal, o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (comandante-em-chefe da instituição ofendida), o Ministério Público e o Poder Judiciário precisam agir dentro das respectivas áreas de competência, para garantir a incolumidade da sociedade e de suas instituições.

O fundamental, na nossa modesta opinião, é que o chefe do Estado, comandante dos policiais ofendidos, tome suas providências e realize gestões junto ao governo federal e às instituições do Judiciário para que o achincalhe à máquina policial e a seus integrantes não se transforme em regra, pois isso seria altamente desgastante e prejudicial a toda a sociedade paulista. Os que avançaram o sinal precisam pagar o preço para, de uma vez por todas, ficar claro que, apesar dos problemas, vivemos num País onde existem leis e elas são respeitadas.

Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).




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