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Familiar denuncia abandono em cemitério de Rio Grande da Serra

Mato alto na altura do joelho, túmulos abertos e barro são os principais problemas de zeladoria; Prefeitura alega que espaço passa por obras

Thainá Lana
16/02/2024 | 08:57
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Prefeitura justifica mato alto com chuva intensa no município. Paço afirma que corte é realizado com frequência (FOTO: André Henriques/DGABC)


Deysiane Batista de Andrade, 38 anos, denuncia situação de abandono no Cemitério Municipal São Sebastião, em Rio Grande da Serra. Segundo a ex-moradora do município, que visita frequentemente o túmulo da sua prima que faleceu em 2020, o local possui mato alto na altura do joelho, túmulos abertos e excesso de barro.

“É muito triste a situação, parece um cemitério abandonado. Estive lá no Dia de Finados no ano passado, e o local estava deplorável por conta da lama. Quem tem um parente sepultado não conseguia nem acessar o túmulo de tanto barro. Quando voltei na terça-feira de Carnaval, a situação estava a mesma, barro e mato alto na altura do joelho”, diz Deysiane, que atualmente mora em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo.

A equipe do Diário esteve ontem no cemitério e constatou os problemas de zeladoria apresentados pela denunciante. Devido à forte garoa que atingiu a região durante toda a quinta-feira (15), o barro presente no pavimento que dá acesso aos jazigos havia se transformado em lama, o que impossibilitou a arpoximação na área das covas do cemitério. O mato alto cobria parte das sepulturas, e algumas estavam abertas.

Questionada sobre os problemas de zeladoria, a Prefeitura de Rio Grande da Serra informou que o cemitério está passando por obras de pavimentação e drenagem. Essas intervenções foram iniciadas em agosto de 2023 e devem ser finalizadas em janeiro de 2025.

Sobre o mato alto, a gestão de Penha Fumagalli (PSD), alegou que o serviço de capinação é efetuado “constantemente”, porém, a administração não respondeu quando irá realizar o corte do mato.

“Apenas uma parte que fica próxima a um córrego tem barro, mato e são constantemente cortados, mas devido ao período de chuva, há um crescimento estimado de 3 cm ao dia, o que dá essa aparência de abandono. Quanto ao barro, a legislação ambiental nos impede de pavimentar esta pequena área”, argumentou o Paço.

Em relação aos túmulos abertos, a Prefeitura ressaltou que “são covas abertas para serem realizados sepultamentos, pois, não dá para realizar esse trabalho no momento em que recebemos o corpo”.

Deysiane cobra providências da Prefeitura em relação ao caso de zeladoria. “Já é um lugar de muita dor, e encontrar o cemitério assim é muito descaso com quem se foi, e também com os familiares”.

PROBLEMAS ANTERIORES

Essa é a segunda vez, em menos de três meses, que a população enfrenta problemas no Cemitério Municipal São Sebastião. Em dezembro do ano passado, familiares enlutados tiveram de abrir por conta própria a cova do jovem Paulo da Silva Júnior, 26, que morreu afogado em um riacho do município.

Segundo a família, funcionários do local teriam afirmado que todos os túmulos estavam ocupados e que os profissionais não eram contratados para realizar a função de coveiro. Procurada pelo Diário na época, a Prefeitura disse que iria apurar o fato e culpou os trabalhadores.

Após os acontecimentos, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para investigar suposto crime contra a administração pública. O crime prevê pena de um a cinco anos de prisão.




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