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Governo Auricchio gasta mais de R$ 1 mi por ano com combustível

Prefeitura de São Caetano não informa previsão de quilômetros rodados, tamanho da frota municipal e por que etanol fica de fora

Wilson Guardia
14/02/2024 | 07:40
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Auricchio não explicou por que veta uso de etanol, mais barato e limpo, na frota municipal (FOTO: Divulgação)


A gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) coloca R$ 1.004.511,50 à disposição para compra de combustíveis. Estão previstos, de acordo com contrato, aquisição de 98.100 litros de diesel e 58.070 de gasolina comum. O acordo de 12 meses é com o Leandrini Auto Posto, no bairro Nova Gerty, fornecedor do município há no mínimo uma década. O governo do tucano, no entanto, esconde detalhes do negócio, como, por exemplo, a previsão de quantos quilômetros serão rodados e qual o tamanho e idade da frota.

Sem informações sobre quais modelos, ano de fabricação e quantos veículos estão em serviço, chama a atenção a falta de compra de etanol. O combustível, além de ser mais sustentável, tem preço menor em relação ao da gasolina. O produto produzido a partir da cana-de-açúcar se torna mais vantajoso quando o preço do litro for de até 70% do praticado pela gasolina.

No edital, nas condições de pagamento, item 16.6, vale a seguinte regra para aditivo de reajuste nos valores: “Os preços ofertados serão fixos e irreajustáveis, observando o disposto da Lei Federal nº 10.192/2001, sendo que na hipótese de prorrogação contratual, após o período de 12 meses, os preços poderão ser reajustados com base no índice do IGPM da FGV, ou outro índice que vier a substituí-lo”. 

A modalidade pregão eletrônico garante o vencedor pelo menor preço, porém, em análise junto aos indicadores de preço da ANP (Agência Nacional do Petróleo), os valores praticados estão no teto ou muito próximo do máximo apurado.

Os preços mínimos praticados na bomba, nos postos de São Caetano, de 21 a 27 de janeiro, de acordo com a ANP eram os seguintes: gasolina comum, R$ 4,82; diesel, R$ 5,38; e etanol, R$ 2,94.

Neste cenário, levando em consideração, os valores menores praticados no mercado, a Prefeitura pagaria pelos 98.100 litros de diesel o montante de R$ 527.778. Já pelos 58.070 litros de gasolina, R$ 279.897,40. Juntos, os produtos teriam custo anual de R$ 807.897,40, ou 19,57% a menos.

Considerando o valor mais alto na semana compreendida entre 31 de dezembro e 6 de janeiro, sendo que no dia 4 foi anunciado o vencedor, o diesel era comercializado a R$ 6,59 e a gasolina por R$ 6,19. 

No total, a compra totalizaria R$ 1.005.932,30, valor bem próximo ao ser pago pela Prefeitura, uma diferença de R$ 1.420,80 ou 0,14%. Destaca-se que o edital prevê para o pregão eletrônico lances com no mínimo 1% de diferença para cada oferta.

A equipe do Diário, diante da falta de informações claras e não constantes no Portal da Transparência e sem resposta da gestão Auricchio, procurou Roberto Leandrini Júnior, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo). O empresário, por sua vez, evocou o “direito de não se manifestar na condição de fornecedor.”




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