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Grande ABC registra aumento de 1.159% nos casos de dengue

Em janeiro foram 642 ocorrências, contra 51 do mesmo período de 2023; prefeituras fazem ações para impedir o avanço da doença

Gabriel Gadelha
Especial para o Diário
07/02/2024 | 08:12
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FOTO: Divulgação


O Grande ABC registrou 642 casos prováveis (alguns ainda estão em análise) de dengue durante o mês de janeiro. O número é 1.159% superior aos 51 contabilizados no mesmo período do ano passado. Santo André (209) e Mauá (162) são os municípios com maior número de ocorrências (confira os números na arte ao lado).

Para conter o avanço da doença, as prefeituras lançam mão de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que é o transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. Diadema terá hoje o chamado Dia D, com mutirões em dez bairros. Em Ribeirão Pires, a Prefeitura realizou, na segunda-feira, visitas em 230 residências.

Mutirões de limpeza e conscientização estão sendo realizados em diversos bairros de Santo André. A primeira ação ocorreu em 27 de janeiro, nos arredores da Avenida Loreto, no bairro Jardim Santo André, com visitas a 393 casas e comércios em um raio de seis quarteirões. Na segunda-feira, o alvo foi o Parque Miami.

“É fundamental que a população se conscientize e ajude o município dentro de suas casas a combater os focos de dengue, enquanto as doses da vacina não chegam. Paralelamente a isso, a gente tem cobrado as autoridades para enviar o quanto antes a vacina, para disponibilizar à população”, analisou, Gilvan Junior, secretário de Saúde de Santo André.

A infectologista Naiane Ribeiro Lomes enfatiza que as ações de combate não devem se limitar aos períodos mais conhecidos de proliferação de casos.“As medidas de prevenção à dengue receberam atenção significativa nas últimas semanas. Entretanto, é fundamental compreender que o cuidado não é sazonal. Medidas de cuidado com armazenamento e descarte de lixo, controle de reservatórios de água e eventual utilização de inseticidas/larvicidas são recomendadas durante todo o ano”, explica a especialista.

Para a coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses de Diadema, Nanci do Carmo, o Dia D é muito mais que uma ação de saúde. “É um abraço solidário entre todos, pela saúde de todos, incentivando o cuidado com o próximo a partir de medidas simples no nosso próprio quintal. Se cada um fizer sua parte e tirar 10 minutos da sua semana para fazer uma boa vistoria em seu domicílio, o mosquito da dengue não terá vez. Nessa luta, cada água parada que é retirada se torna um grande golpe contra o Aedes”, afirma.

Hoje, mutirões serão distribuídos em quatro grandes áreas, cobrindo 12 bairros distintos de Diadema. Entre eles estão: Casa Grande, Nogueira e Promissão, situados na região Leste; ABC, Canhema e Nações, na região Norte; Eldorado, Inamar e Paulina, na região Sul; e Centro, Reid e Real, na região central da cidade. No primeiro mês do ano, foram confirmados quatro casos autóctones (transmitidos dentro da cidade) de dengue.

Em Ribeirão Pires, a Prefeitura realizou, durante todo o mês de janeiro, aproximadamente 230 visitas a residências e pontos estratégicos da cidade. Número que representa um aumento de 55% com relação ao mesmo período de 2023, quando 138 vistorias foram realizadas. 

“O trabalho de combate à dengue é uma ação que deve ser realizada de forma conjunta. Com o aumento dos casos também ficamos em alerta e intensificamos o trabalho de vistorias e conscientização”, disse o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Paulo Sérgio França.

(Colaborou Renan Soares)




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