Política Titulo Ano eleitoral
Eleições devem reduzir ritmo de trabalho nos Legislativos

Seis Câmaras Municipais do Grande ABC retomam atividades nesta semana

Wilson Guardia
04/02/2024 | 07:00
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DGABC


O ritmo de trabalho nas Câmaras Municipais nas sete cidades da região deve ser impactado neste ano. Vereadores, em busca de reeleição ou de aspirações pessoais a cargos maiores, devem deixar de lado o trabalho legislativo para se voltar às suas respectivas campanhas. Pautas bombas, por exemplo, não são projetadas, exceto, por enquanto, em Rio Grande da Serra, que nos próximos dias poderá instalar o processo de cassação da prefeita Penha Fumagalli (PSD), e em São Bernardo, que poderá instalar CPI para apurar a veiculação de anúncios institucionais no jornal São Bernardo News, bem como pautar discussões sobre o contrato de locação de veículos. 

No geral, os presidentes admitem uma certa morosidade, ao ressaltarem a importância do ambiente de disputa política no andamento dos trabalhos legislativos. Para evitar rusgas e manter o clima amistoso, independentemente das colorações partidárias, diálogos entre os pares devem ser iniciados nos próximos dias, garantem os chefes das Câmaras em quase coro uníssono.

Os trabalhos na Câmara Municipal de Mauá retornam na próxima terça-feira, porém, diante das aspirações individuais, as sessões devem manter um ritmo mais lento e com pautas sem debates acalorados, pelo menos essas são as expectativas do presidente do Legislativo mauaense. “Não teremos projetos bomba, nada de impacto para não gerar conflitos. O Plano Diretor, com a flexibilização (de regras) para a atração de novos empreendimentos, pode dar um pouco mais de barulho”, discorre Geovane Correa (PT).

Apesar de prever um ano menos produtivo por conta da eleição municipal, entre os vereadores e mesa diretora há diálogos para não engessar o Legislativo. “O pleito de cada um é legítimo, mas não podemos paralisar os trabalhos”, completa Geovane.

Já o presidente da Câmara de Diadema, vereador Orlando Vitoriano (PT), confirma que a pauta eleitoral “contamina” o andamento das atividades parlamentares, porém, garante existir uma “relação tranquila e equilibrada” entre os pares. “Há uma oposição inteligente na qual ideologias não interferem quando os projetos são para o bem comum da cidade.”

Com o fim do recesso e retomada das sessões no dia 8, o presidente da Câmara diademense acredita que a pauta da Sabesp deve incendiar as discussões. Para ele, com a provável privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), será preciso discutir o contrato com o município firmado há uma década, quando a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) foi extinta.

Em Rio Grande da Serra, a volta dos trabalhos em plenário acontece na próxima quarta-feira. A expectativa paira sobre o processo de impeachment da prefeita Penha Fumagalli, protocolado em dezembro. O presidente Claudinho Monteiro (Agir) tem limitado suas falas sobre o andamento da pauta, afinal, ele é o primeiro na linha sucessória e sondado para ser vice no retorno de Adler Kiko Teixeira (MDB) para a vida pública rio-grandense. 

Entretanto, o parlamentar garante estar “tranquilo em relação ao seu papel”. O polêmico assunto deve consumir boa parte dos trabalhos no Legislativo e mexer com o tabuleiro eleitoral.

Em Santo André, de acordo com o presidente Carlos Ferreira (Republicanos), será necessário aguardar as pautas elaboradas pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) para dar um norte ao trabalhos. “É imprevisível saber o que vai acontecer”, diz.

Entre os assuntos que poderão causar debates mais elevados na Câmara andreense estão os ligados ao Plano Diretor. “Se chegar (o projeto) em fevereiro, a expectativa é iniciar as discussões até abril”, explica. Em relação à condução dos trabalhos, Ferreira destaca não ter conversado com os colegas, tendo em vista o recesso, sobre eventual interferência no processo eleitoral nas atividades legislativas. “Não pode prejudicar o andamento da cidade”, destaca o presidente. A primeira sessão do ano no legislativo andreense acontece na terça-feira. Uma conversa entre o líder do Legislativo e o governo Paulo Serra será realizada nos próximos dias com o objetivo de alinhar os ponteiros.

Pio Mielo (PSDB), presidente da Câmara de São Caetano, destaca que com o fim do recesso parlamentar, ocorrem as primeiras reuniões com as bancadas dos partidos para “definir as prioridades das pautas”.

O tucano, porém, frisa a importância de realizar ajustes nas ações tomadas, justamente por conta de restrições eleitorais. Para Pio, apesar da intensa movimentação de cada um dos 19 vereadores, com a campanha se restringindo da segunda quinzena de agosto ao final de setembro, “não haverá interferência no calendário (trabalho) Legislativo.”

Danilo Lima (PSDB), presidente da Câmara são-bernardense, não se manifestou ao ser procurado pelo Diário, mas terá como desafio explicar o contrato para locação de veículos com valor 74,5% maior com a mesma empresa, além de administrar as discussões sobre um pedido de CPI que será proposto pelo vereador Glauco Braido (PDS). a fim de investigar anúncios oficiais da Prefeitura em uma edição de cunho eleitoral do jornal São Bernardo News.




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