Política Titulo Extermínio de pragas
Guima e Desintec se uniram após abertura de edital em S.Caetano

Oficialização das empresas em consórcio ocorreu em 26 de dezembro, quase um mês depois de a licitação ser colocada na rua por Auricchio

Artur Rodrigues
23/01/2024 | 07:00
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Divulgação


Contratado pela Prefeitura de São Caetano no dia 8 de janeiro para a realização do controle de pragas urbanas, o Consórcio Guima Desintec foi formado depois que o edital com as regras da licitação foi publicado pelo governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB).

Na Junta Comercial do Estado de São Paulo, a constituição do Consórcio Guima-Desintec, formado pelas empresas Guima Conseco Construção, Serviços e Comércio Ltda e Desintec - Serviços Técnicos Ltda aconteceu no dia 26 de dezembro do ano passado, quase um mês depois que o Palácio da Cerâmica colocou na rua o certame para terceirização do serviço – efetivado no dia 30 de novembro.

Outro fator que chama atenção é que as empresas se uniram em consórcio duas semanas antes de ambas serem contratadas pela gestão Auricchio por um valor de R$ 16 milhões para um serviço de 12 meses – podendo ser prorrogado por 60 meses, com valor que chegaria a R$ 80 milhões. 

A Desintec é uma empresa especializada em controle de pragas e já foi contratada pela Prefeitura de São Caetano para executar o serviço em anos anteriores. A Guima Conseco presta serviços semelhantes e, por isso, chama atenção a fusão entre as duas para uma empreitada que apenas uma delas já seria capaz de realizar. 

Procurada pelo Diário, a Prefeitura não se pronunciou sobre a formação do consórcio 14 dias antes da contratação. 

Porém, a subsecretaria de Comunicação fez texto na tentativa de explicar o gasto com o serviço. “O mais abrangente serviço de controle de pragas já realizado na cidade inclui desinsetização, desratização, descupinização, controle do mosquito da dengue (aedes Aegypti) e o controle e remoção de pombos, com higienização de superfícies, aplicação de gel repelente, instalação de redes de proteção e antipássaros, de sistema eletromagnético, de grades de ventilação, de telas hexagonais e de espículas (hastes de aço, não afiadas, para impedir o pouso de pombos)”, diz o texto publicitário, que traz declaração de Auricchio. “Esta é uma solução para um problema que vínhamos tentando solucionar de forma recorrente há mais de uma década. Apesar de realizarmos a manutenção periódica dos equipamentos públicos, as pragas urbanas, cada uma com sua característica biológica, acabam tendo uma proliferação intensa, o que confere um risco elevado à saúde pública, sobretudo com relação à população educacional.” 

O consórcio será responsável pelos serviços de desinsetização, controle do mosquito da dengue e desalojamento de pombos. 

Integrante da bancada de oposição à gestão Auricchio, o vereador Edison Parra (Podemos) afirmou, em entrevista dada ao Diário na semana passada, que iria acionar o Ministério Público solicitando apuração sobre os motivos pelos quais a Prefeitura realizou a contratação sob os valores divulgados. 

“Vamos para cima disso. Quero conhecer detalhes porque são números astronômicos. Estamos falando de R$ 80 milhões, com as prorrogações, um dinheiro absurdo para falar de pragas, de pombos”, comentou Parra. “Vou acionar a promotoria, vou buscar informações via Lei de Acesso à Informação, tudo que estiver ao meu alcance. Também vou formular um requerimento na Câmara, mas, neste caso, será só para dizer que respeitei o rito legislativo porque, infelizmente, já sei que não vai passar”.




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