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Aumento de migração faz Centro de Apoio ao Migrante regional mudar endereço
Lays Bento
20/01/2024 | 14:37
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Natal foi último evento da comunidade no endereço do Bairro Utinga (FOTO: Reprodução)


A antiga casa andreense, na Rua Montevidéu do Bairro Utinga, tornou-se pequena ao trabalho de acolhimento, doação de cestas básicas e capacitação gratuita oferecida pelo Centro de Apoio ao Migrante do Grande ABC. Com o aumento gradativo de haitianos e venezuelanos que buscam por auxílio no local desde a pandemia, a mudança das ações em janeiro para a Igreja Matriz ao Centro de São Bernardo, na R. Padre Lustosa, 292, é a primeira tentativa da instituição beneficente em se ajustar à altura da diáspora. 

Segundo estimativa do próprio Centro, desde o início do trabalho, em 2016, foram acompanhados mais de 70 mil migrantes estabelecidos nas sete cidades do Grande ABC. Sendo que atualmente, por mês, se somam aos cadastros realizados na instituição mais de 300 estrangeiros em situação de vulnerabilidade e de nacionalidades como Haiti, Venezuela, Afeganistão, Síria, Argentina, Bolívia, Guatemala, Peru, Colômbia e de diferentes partes do continente africano.

“Para mim, esta vinda acontece porque o Brasil continua sendo um país rico em acolher alguém que precisou deixar para trás o próprio lar. Estamos sob os quatro verbos do 4 verbos que o Papa Fracisco reforça: acolher, proteger, promover e integrar. Há beleza em estar perto da necessidade do outro, sem preconceitos e, assim, conseguir se comunicar no idioma do migrante, comer comidas nativas e repletas de história; em ajudá-los a se integrarem. Só que a onda de migração é tão intensa que a gente tem de se adaptar”, esclarece o padre Pierre Dieucel, do Centro de Apoio ao Migrante, que é ligado também às pastorais sãobernardense, ribeirãopirense e à Diocese de Santo André. 

O padre, de ordem scalabriiana (católicos em prol da comunidade migracional), observa que a maior parcela de migrantes atendidos até se concentra em Santo André. Entretanto, assegura que a realocação para a cidade vizinha garante a independência para um imóvel fixo, da própria Igreja Católica, e não cedido. 

Além disto, com a troca de endereço, está justamente prevista a ampliação de capacidade para receber mais alunos nas salas dos cursos de português para refugiados, informática, panificação e empreendedorismo. A expectativa é ainda aumentar o alcance da rádio destinada aos imigrantes locais, a Migrantes do ABC (https://www.radiomigranteabc.org/), assim como, expandir o gabinete do principal serviço de apoio à comunidade em situação irregular com a Polícia Federal, a partir de orientações para a emissão documental do RNM (Registro Nacional Migratório), por exemplo. 

As necessidades mais básicas sempre são as maiores dificuldades do Centro, ao que aponta o padre.  Doações de roupas e cestas básicas já podem ser entregues no novo endereço, na Paróquia e Basílica Menor de Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo. E interessados em se voluntariar podem se candidatar pelos contatos telefone (11) 91565-0879 ou centrodeapoioaomigrantesa@gmail.com. 

“A mudança traz uma nova perspectiva justa para aqueles em busca da sobrevivência. Sempre que tenho a oportunidade, gosto de lembrar que somos todos frutos da migração. Considero Jesus um migrante”, finaliza.




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