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Greve oportunista
Da Redação
18/01/2024 | 10:32
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Setenta por cento dos peritos médicos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cruzaram os braços ontem, segundo reportagem do Diário, no primeiro dos três dias de greve programados para janeiro. A paralisação dos profissionais, que reivindicam aumento salarial de 23% e a contratação de 1.500 profissionais para reforçar o quadros da instituição, é exemplo claro de oportunismo sindical que prejudica os cidadãos que dependem dos serviços previdenciários. Embora se reconheça a legitimidade do pleito da categoria em buscar melhores condições de trabalho, é inegável que o movimento se tornou uma constante ameaça às demandas que só podem ser atendidas pela Previdência Social.


A reivindicação salarial e a demanda por contratações adicionais são aspectos que, por si só, merecem análise e discussão. Contudo, a frequência assustadora com que os peritos médicos optam pela greve como forma de pressionar o governo levanta sérias dúvidas sobre a real intenção por trás das ações. A população, já sobrecarregada por uma série de desafios, é a principal vítima desse jogo de forças sindicais, sofrendo com a suspensão dos serviços que deveriam ser ininterruptos. Enquanto os peritos médicos buscam melhores condições de trabalho, é imperativo que considerem o impacto direto das paralisações constantes sobre os indivíduos mais vulneráveis – exatamente o público-alvo do INSS.

A repetição constante desse tipo de movimento mina a confiança popular na capacidade da Previdência em garantir atendimentos eficientes e pontuais. Em vez de criar diálogo construtivo, a estratégia adotada pelos profissionais perpetua um ciclo vicioso que prejudica toda a sociedade. A necessidade de aprimorar o sistema previdenciário é inquestionável, mas é igualmente essencial que a busca por tais melhorias não seja feita à custa daqueles que mais precisam da atenção do INSS. É hora de os peritos médicos reconsiderarem suas táticas e estratégias, optando por abordagens que permitam o avanço das negociações sem sacrificar o acesso da população a serviços fundamentais.



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