Cultura & Lazer Titulo A Brasileira
Cláudia Raia vive Tarsila do Amaral em novo espetáculo na Capital

Com a atriz e nomes da região, estreia no dia 25, no Teatro Santander, peça que conta história da artista Tarsila do Amaral

Renan Soares
18/01/2024 | 07:00
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Divulgação


Estreia na próxima quinta-feira, dia 25, o novo espetáculo de Cláudia Raia, que retorna aos palcos como atriz e produtora após o nascimento de seu filho, Luca. Em Tarsila, a Brasileira, a artista irá viver a protagonista Tarsila do Amaral, que, com sua paleta de cores e inovação, mostrou a verdadeira face do Brasil em obras como Abaporu (1928) e Operários (1933). Em entrevista ao Diário, Cláudia Raia revelou detalhes sobre a construção da nova obra e sua expectativa para seu retorno.

Na trama, o público terá contato com ícones, como Anita Malfatti (Keila Bueno), Mário de Andrade (Dennis Pinheiro) e Menotti del Picchia (Ivan Parente), Oswald de Andrade (Jarbas Homem de Mello), que, com Tarsila do Amaral, formaram o quinteto de modernistas que mudaram a história da arte brasileira. O elenco conta também com os atores são-bernardenses André Luiz Odin (diversos papéis) e Marcos Lanza (Seu Juca, pai de Tarsila), destaques na série Aprecie a Arte Regional, do Diário.

A história começa com a chegada de Tarsila a São Paulo, em 1922, e seu encontro com os modernistas, que daria origem ao famoso Grupo dos Cinco (Tarsila, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia). O enredo, na segunda parte da história, se inicia na Crise de 1929, quando Tarsila perde toda a sua fortuna e descobre a traição de Oswald com Pagu, jovem protegida do casal. A narrativa ainda apresenta seu último amor, o jornalista carioca Luis Martins, 24 anos mais jovem do que ela, com quem viveria por 18 anos. 

Tarsila, a Brasileira é um espetáculo que está sendo produzido há três anos. Recebi uma ligação da Tarsilinha, sobrinha-neta da Tarsila do Amaral, ainda durante a pandemia. Atendi o telefone e, do outro lado da linha, veio esse convite irrecusável: produzir e estrelar um musical sobre Tarsila do Amaral. Tarsilinha me disse na época que via em mim a mesma força e energia da tia dela. Diante de um convite desse, é impossível recusar”, revela Cláudia Raia, ao Diário. A ideia inicial era que o espetáculo estreasse em 2022, comemorando o centenário da Semana de Arte Moderna de 22. Apesar do imprevisto, a atriz comemora a estreia no dia do aniversário da cidade de São Paulo. 

A atriz, que também produz o espetáculo, ressalta a importância de Tarsila como parte da história do Brasil. Para ela, Tarsila é uma figura quase inalcançável, que pintava a brasilidade com as cores e traços de suas obras, e cita como exemplo o fato que Tarsila rejeitava escolas internacionais como boas manifestações artísticas e propunha, a partir dessa observação das tendências lá de fora, criar algo originalmente brasileiro. “O espetáculo é uma chance de conhecer a mulher que é uma das maiores artistas brasileiras que tivemos”, afirma. 

Cláudia Raia também cita a felicidade com o desenvolvimento e interesse pelo projeto, mas ressalta o desafio para a produção do espetáculo, que emprega cerca de 100 pessoas. “Quando comecei, lá na década de 1980, era muito difícil pensar que teríamos tantos bons e grandes musicais simultaneamente em cartaz. Hoje já temos equipes e palcos que abarcam isso. É muito significativo”, diz a estrela principal do espetáculo, citando patrocínio e formação de equipes como principais dificuldades.

SÃO BERNARDO

A região também estará representada na obra. Com 20 anos de carreira, o são-bernardense Marcos Lanza irá interpretar José Estanislau do Amaral, pai de Tarsila, e destaca a relação de amor e carinho do personagem com a filha, ressaltando a importância dele na construção da artista, principalmente no âmbito educacional. “Esperamos que o público goste porque estamos ensaiando muito para isso!”, diz Lanza.

Já André Luiz Odin, também de São Bernardo, irá interpretar vários pequenos papéis, mas destaca o poeta Raul Bopp, que teve influência sobre o nome da pintura Abaporu. “A expectativa é grande para abrir as cortinas! Este trabalho foi criado com muito carinho e cuidado por todos, isso tudo para levar aos palcos essa história muito importante para o País”, disse o artista ao Diário.

O espetáculo ficará em cartaz no Teatro Santander, localizado no Complexo JK Iguatemi, na Capital, somente até 26 de maio. Os ingressos já estão à venda na internet (www.sympla.com.br) e pela bilheteria oficial do próprio Teatro Santander (sem taxa de conveniência - Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041). As apresentações ocorrem todas as quintas e sextas-feiras, às 20h; sábados e domingos, às 16h e 20h. 




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